Cotidiano

Mercado reduz estimativa do PIB de 2,7% para 2,51%

Brasília – O mercado financeiro reduziu novamente a estimativa para o crescimento da economia este ano. A projeção para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – agora passou de 2,7% para 2,51%. Essa foi a segunda queda consecutiva. Para 2019, a previsão permanece em 3%.

As estimativas são do boletim Focus, publicação divulgada às segundas-feiras pelo BC (Banco Central), na internet.

O mercado financeiro reduziu também a projeção para a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de 3,49% para 3,45%, neste ano. Para 2019, a estimativa foi ajustada de 4,03% para 4%.

A estimativa está abaixo do centro da meta que é 4,5% este ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%

Taxa Selic

Para alcançar a meta, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,50% ao ano. Quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. Para cortar a Selic, o BC precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Nesta semana, o Copom realiza a terceira reunião do ano, com expectativa de que a Selic tenha o último corte do atual ciclo de reduções. Para o mercado financeiro, a Selic será reduzida em 0,25 ponto percentual, indo para 6,25% ao ano, conforme indicado pelo BC, em março. Em 2019, a expectativa é que a Selic volte subir e encerre o período em 8% ao ano.

Câmbio

Para especialistas, a recente alta do dólar não deve fazer com que o BC mude a estratégia de reduzir a Selic. Na sexta-feira (11), o dólar chegou a R$ 3,61, o maior valor em quase dois anos.

Na visão de economistas, o efeito da alta do dólar na inflação deve ser um pouco menor do que normalmente é observado porque a economia ainda está em recuperação.

De acordo com analistas, a alta do dólar ocorre devido à expectativa de aumento mais intenso dos juros nos Estados Unidos, o que atrai dinheiro para economias avançadas, provocando a fuga de capitais financeiros de países emergentes, além das incertezas sobre as eleições no Brasil e a crise na Argentina, com pedido de empréstimo ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

Para as instituições financeiras consultadas pelo BC, o dólar deve encerrar 2018 em R$ 3,40. Na semana passada, a estimativa era R$ 3,37. Para o fim do próximo ano, a estimativa segue em R$ 3,40.

Selic deve ter última redução nesta semana

Com a inflação baixa, o mercado financeiro espera pelo último corte na taxa básica de juros (Selic) no atual ciclo de redução, nesta quarta-feira (16). A terceira reunião do ano do Copom do BC começa hoje e segue até amanhã, quando será anunciada a taxa Selic.

Em março, o Copom reduziu a Selic pela 12ª vez seguida, de 6,75% ao ano para 6,5% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Na última reunião do Copom, o BC sinalizou que faria mais uma redução da Selic em maio e encerraria os cortes na taxa.

Ao definir a taxa Selic, o BC está mirando na meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. De acordo com pesquisa do BC a instituições financeiras, a inflação deve fechar 2018 em 3,49% e 2019 em 4,03%.

Depois dessa redução da taxa neste mês, a expectativa é de que a Selic permaneça em 6,25% ao ano até o fim de 2018 e volte a subir em 2019.