Cotidiano

Mais armas devem entrar no estado, diz Beltrame

RIO – Com o assassinato de Jorge Rafaat Toumani, considerado herdeiro do posto de rei do tráfico na fronteira Brasil-Paraguai — que pertencia a Fernandinho Beira-Mar, preso desde 2002 —, a criminalidade deve crescer no Rio, assim como nas principais capitais brasileiras. O alerta foi dado ontem pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. O bandido brasileiro foi morto na noite de quarta-feira, ao ser atingido por tiros de uma metralhadora antiaérea .50, quando dirigia uma caminhonete blindada, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

— Formou-se um corredor direto entre Paraguai e o Rio. Se hoje são apreendidos 1,5 fuzil por dia, daqui a dois meses a situação irá piorar muito para o Rio e o Brasil. A negociação toda (após a morte de Rafaat) agora é direta com a facção paulista, que tem ligações com as do Rio — disse Beltrame, ontem, durante o lançamento do Dossiê Mulher 2016, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).

Segundo o secretário, com o caminho livre para o tráfico, aumenta também a probabilidade de armas pesadas entrarem no Rio, como a .50 usada no crime:

— O que me garante que amanhã ou depois esse tipo de arma não esteja por aqui em grande escala?

CARIOCA ENTRE SUSPEITOS

Na sexta-feira, policiais paraguaios encontraram o veículo que portava a metralhadora .50. Ele estava num local em obras, gerenciado por uma imobiliária ligada a Jarvis Pavão, inimigo de Rafaat. Pavão está preso em Assunção e seria membro de uma facção criminosa que comanda o tráfico de drogas em São Paulo. Na lista dos suspeitos do atentado contra o narcotraficante está também o carioca Sérgio Lima dos Santos, que chefiava o tráfico no Morro do Fogueteiro, em Santa Teresa, no Rio. Ele foi preso pela polícia paraguaia após ter sido baleado pelos seguranças de Rafaat.