Cotidiano

Jovem de 21 anos da Cidade de Deus assume gestão de Lona Cultural

RIO – O novo gestor da Lona Cultural de Jacarepaguá tem 21 anos, é tecnólogo em Administração e mora na Cidade de Deus. Em 2010, ele se destacou na comunidade por um projeto vitorioso na Agência de Redes para Juventude — um programa da prefeitura do Rio para incentivar a cultura em lugares carentes da cidade. Agora, Rômulo Johann assume o novo cargo cheio de propostas para o espaço. Seu principal objetivo é driblar a falta de verba estabelecendo parcerias que lhe permitam montar uma agenda diversificada, que vá além das já tradicionais atrações musicais.

Como você chegou à administração da lona?

Fui aluno da Agência de Redes para Juventude, que é um programa da prefeitura do Rio de incentivo à cultura nas comunidades. Eles capacitam jovens para criar projetos onde moram. Com o CDD na Tela, idealizado por mim, ganhei R$ 10 mil para comprar material e oferecer aulas de audiovisual e teatro na Cidade de Deus. Foi por essa iniciativa que me convidaram para ser gestor da lona. Agora, eu me divido para atender aos dois lugares.

Quando você assumiu?

Em novembro, sob muitas dificuldades. Quando chegamos à lona, faltavam ventiladores e lâmpadas fluorescentes. As linhas telefônicas estavam cortadas, e o site, fora do ar. Para piorar, haviam jogado fora todas as fichas dos alunos inscritos nas oficinas. Gastamos uma grana que não estava nos nossos planos para oferecer uma estrutura mínima nos nossos eventos. Mas ainda falta fazer muita coisa.

O que já foi feito?

Abrimos espaço para todos os coletivos culturais de Jacarepaguá. Por meio de parceria com eles, pretendemos oferecer aos frequentadores da lona uma programação mais eclética. Antes, só tinham prioridade os shows. Agora, estamos trazendo mais eventos de teatro e cinema, sem precisar reduzir o número de apresentações musicais. Recentemente, trouxemos a peça “O capitão e a sereia”, e deu muito certo. A casa ficou cheia.

Como está a agenda?

Temos eventos fechados até o mês de setembro, com poucos espaços a serem preenchidos. Entre eles estão shows da banda Black Bird, que faz cover dos Beatles; do sambista Bebeto; e dos rapazes da 3030, que se apresentam amanhã e são bastante conhecidos na região, por seu som que mistura reggae e rock.

Haverá programação especial durante as Olimpíadas?

Sim. Em julho, vamos promover um cineclube, com filmes que abordam o esporte mesmo que muito discretamente. E pretendemos fazer uma parceria com a Vila Olímpica do Campinho para trazer algumas modalidades esportivas que sejam viáveis no nosso espaço, como o xadrez. Vamos contar com as associações de moradores e escolas locais na divulgação. Em agosto, em todos os dias dos Jogos, vamos transmitir as principais partidas.

Há mais projetos?

Quero oferecer eventos gospel para a lona. Aqui, em Jacarepaguá, há muitas igrejas, e queremos trazer o público delas para o espaço. Pretendo oferecer shows de cantores conhecidos por essas pessoas, mas dentro de uma proposta beneficente, já que se trata de de um evento religioso.