Cotidiano

José Levi do Amaral, o discreto interino que assumiu o Ministério da Justiça

59899457_BSB - Brasília - Brasil - 15-07-2016 - PA - O secretário-executivo do Ministério da Justiç.jpgBRASÍLIA – Enquanto Alexandre de Moraes chamava atenção por posições que provocavam
polêmica em alguns setores, José Levi do Amaral, que assume interinamente o
Ministério da Justiça, tem como marca a discrição. Procurador da Fazenda
Nacional, chegou à pasta com Moraes em 2016 para ser secretário-executivo, mas
tem larga experiência no Executivo federal e estadual, sob o comando,
principalmente, de governos tucanos.

Ministro da Justiça

Passou pela Casa Civil da Presidência, no governo Fernando Henrique e início
do mandato de Lula; pela Secretaria de Fazenda, na gestão de Aécio Neves, em
Minas Gerais; foi assessor especial de José Serra, no governo de São Paulo;
chefiou a assessoria jurídica da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da
Presidência, na administração de Dilma Rousseff; e foi consultor-geral da União
antes de assumir como número 2 no Ministério da Justiça.

Gaúcho de São Gabriel, casado e pai de um filho, Levi tem 40 anos. Transita
bem no Congresso e nos tribunais superiores, segundo pessoas ligadas ao ministro
interino. Além dos cargos no governo, é um acadêmico. Doutor e pós-doutor em
direito, tornou-se, em 2008, professor da Universidade de São Paulo (USP), onde
conheceu Alexandre de Moraes. Os dois davam aulas na instituição. Levi leciona
também na pós-graduação de uma escola provada de Brasília.

A área de atuação acadêmica é o direito constitucional. Já publicou livros e
artigos sobre democracia, processo legislativo, medida provisória e controle de
constitucionalidade. Segundo amigos, ele não cultiva pretensão de permanecer no
cargo, mas é cotado para assumir alguma área de assessoria jurídica, por ser
considerado um bom quadro.