Cotidiano

Jornalistas da TV Record são liberados na Venezuela, após prestar depoimento

SÃO PAULO – Presos no sábado por autoridades venezuelanas, os jornalistas da TV Record Leandro Stoliar e Gilson Souza foram soltos na madrugada do domingo, após prestarem depoimento na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), em Maracaibo. A equipe apurava uma reportagem sobre pagamento de propina pela Odebrecht a autoridades do país para a construção de uma ponte sobre o Lago Maracaibo, obra iniciada em 2005 por Hugo Chávez e nunca concluída. A assessoria de imprensa da emissora informou, por meio de nota, que os dois funcionários serão levados a Caracas, de onde embarcam para o Brasil e devem chegar a São Paulo nesta segunda.

Stoliar e Souza foram presos com os ativistas venezuelanos José Urbina e María Jose Túa, coordenadores da organização não-governamental Transparência Venezuela. “A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional deteve e escoltou (os brasileiros) até sua sede em Maracaibo para uma audiência. Ao chegar, foram recolhidos seus telefones celulares. A Transparência Venezuela exige a liberação deles”, disse a ONG em um comunicado.

Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), a ONG não informou se os brasileiros tinham realizado os procedimentos para obter a permissão do Ministério da Comunicação e Informação da Venezuela para atuar no país. O governo venezuelano tem retido e deportado jornalistas estrangeiros por esse motivo.

Na última semana, o Parlamento venezuelano aprovou uma investigação sobre a Odebrecht. Parlamentares ligados ao governo federal não participaram da sessão. Representantes da construtora no país foram convocados pela Comissão de Controladoria e devem ser ouvidos durante a semana.

O Ministério Público venezuelano solicitou ao Ministério Público Federal (MPF) brasileiro o compartilhamento de informações.

A Odebrecht admitiu ao Departamento de Justiça do Estados Unidos ter realizado pagamentos de US$ 98 milhões em propina na Venezuela. Na última semana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se comprometeu a terminar as obras da construtora que foram interrompidas após a divulgação de casos de corrupção.