Cotidiano

Jihadista se declara culpado por destruição de patrimônio no Mali

HAIA ? Um ex-rebelde islâmico admitiu ter destruído santuários sagrados durante o conflito do Mali em 2012 e se desculpou no início de seu julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta segunda-feira. Esta é a primeira vez que a corte de Haia julga um caso de destruição cultural como um crime de guerra.

Mahdi pediu perdão e disse que tinha sido arrastado por um ?onda do mal? pela al-Qaeda e pelo grupo islâmico Ansar Dine que tomaram brevemente o controle de Timbuktu durante os combates.

? Este é o primeiro e último ato ilícito que vou cometer ? afirmou Mahdi ao tribunal. ? Eu me arrependo do que causei à minha família, à minha comunidade em Timbuktu e o que fiz com a minha nação Mali.

Os promotores disseram esperar que o caso ajude a colocar fim à destruição de lugares culturais relatados em guerras como na Líbia e no Afeganistão.

É também a primeira vez que um militante islâmico se senta no banco dos réus do TPI e a primeira vez que um suspeito se declara culpado na corte.

Mahdi seria o primeiro réu condenado por acusações relacionadas ao extremismo islâmico pelo tribunal, que só recebeu outras três acusações em seus 14 anos de existência.

Os promotores sustentam que Mahdi levou um grupo de polícia religiosa para destruir nove mausoléus e a porta de uma mesquita, que remontam ao século 14 da era do ouro no Mali. Em alguns momentos, o jihadista também participou da destruição.