Cotidiano

Itaipu fará inventário florestal de refúgios

Foz do Iguaçu – Os pesquisadores da área de meio ambiente da Itaipu Binacional começaram a fazer semana passada o inventário florestal do Refúgio Biológico Binacional Maracaju, em Mundo Novo (MS) e Salto del Guairá (Paraguai). O objetivo é avaliar o reflorestamento feito na área e o estado da regeneração natural. Um estudo similar já vendo feito nos outros dois refúgios biológicos da margem brasileira de Itaipu: Santa Helena e Bela Vista (em Foz do Iguaçu). O Maracaju é o único refúgio binacional da empresa.“Nós temos todos os dados do que foi plantado aqui, mas não temos o registro dos processos ecológicos, ou seja, como a área evoluiu”, explica a engenheira florestal Veridiana Araújo Alves da Costa Pereira, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu. “Agora, estamos medindo a qualidade do trabalho de restauração, que considera a diversidade de espécies, o tamanho das árvores, se há formação de sub-bosque, entre outras informações”, explica. Esse estudo vai mostrar, por exemplo, se é preciso fazer alguma intervenção, como a retirada de espécies exóticas ou o plantio de mais espécies nativas.

Diversidade

A identificação das espécies mostra a diversidade da floresta, tanto em relação às árvores plantadas no passado quanto à regeneração natural. “Encontramos espécies que não foram plantadas, mas trazidas por morcegos, aves e mamíferos”, conta Veriadiana, dando como exemplo o figo do mato (Guarea kunthjana), espécie disseminada por morcegos.

A experiência do técnico de campo de Itaipu Jorge Borges dos Santos ajuda a identificar as espécies. “Criado no mato”, ele aprendeu desde criança a reconhecer as características das plantas para nomeá-las. “Eu olho primeiro a casca e as folhas e, se for o caso, as flores e os frutos. Quando o dia está mais limpo, fica mais fácil identificar”, resume.

Em caso de dúvida, um ramo é coletado e levado para ser comparando com os exemplares do herbário de Itaipu. Também é Jorge que estima a altura das árvores, baseado em uma régua de 15 metros, colocada na vertical no centro da parcela, ao lado de uma árvore referência.

Finalmente, os pesquisadores separam uma fração de 40 metros quadrados da parcela e fazem uma medição das plantas com circunferência de caule menor que 15 cm.