Cotidiano

Israel detém funcionário da ONU em Gaza por suspeita de ajudar o Hamas

201608090850296570_RTS.jpgJERUSALÉM – As autoridades israelenses anunciaram nesta terça-feira a prisão de Wahid Borsh, funcionário palestino do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Faixa de Gaza, acusado de ter participado de atividades terroristas do Hamas, que dirige esta zona palestina. Esta é segunda detenção de um trabalhador humanitário na Faixa de Gaza anunciada por Israel em menos de uma semana.

Funcionário desde 2003 do PNUD, Borsh, de 38 anos, trabalhou na derrubada de edifícios danificados nos diferentes conflitos na Faixa de Gaza e foi acusado de “ter se utilizado de seu posto para fornecer assistência material às atividades terroristas e militares do Hamas”, segundo a segurança interior de Israel (Shin Beth) em comunicado. Ele foi preso no dia 16 de julho.

O Shin Bet afirma que o acusado confessou ter trabalhado para o Hamas.O serviço de inteligência disse que Borsh agia de forma que os responsáveis do PNUD dessem prioridade a projetos de reabilitação em zonas habitadas por integrantes do Hamas.

“Quando armas ou túneis com fins militares eram descobertos em casas que seriam reformadas pelo PNUD, Borsh informava ao Hamas para que tomasse o controle do local”, afirmou o Shin Beth.

Na quinta-feira passada, Israel anunciou a detenção, no dia 15 de junho, do diretor em Gaza da ONG americana World Vision, Mohammed Halabi, engenheiro palestino de 38 anos. Ele foi indiciado com 12 acusações, entre as quais “adesão a uma organização terrorista e cumplicidade com o inimigo”. Segundo as autoridades israelenses, Halabi, foi recrutado pelo Hamas em 2004, para se infiltrar nessa ONG e subir em sua hierarquia. Desde 2010, teria desviado cerca de US$ 7,2 milhões para financiar o Hamas e as suas atividades militares, de acordo com o Shin Bet.

Mais de dois terços dos 1,9 milhão de habitantes de Gaza dependem de ajuda para morar em um território controlado pelo Hamas e submetido ao bloqueio de Israel, que vivem em uma crise humanitária crônica.

Segundo o governo israelense, os dois casos “mostram como o Hamas utiliza os recursos das organizações de ajuda internacional em detrimento da população civil da Faixa de Gaza.”