Cotidiano

Inflação desacelera em 2016

beans-1550585-1280x960.jpgRIO – Depois de um 2015 com inflação de dois dígitos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE, arrefeceu em 2016, puxado para baixo por elevações menores dos preços administrados e dos alimentos, e fechou o ano em XX%, voltando a ficar abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), que é 6,5%. A taxa de inflação é decisiva para ajustar os juros no país, e hoje, após o fechamento do mercado, o Comitê de Política Econômica do BC anuncia o corte da Selic (referência para as taxas no país).

Nesta semana, as previsões do mercado convergiram: o BC projetou 6,35% e os analistas ouvidos pela Bloomberg 6,34%. Para este ano, as estimativas são ainda melhores, com a inflação se aproximando do centro da meta do governo, que é de 4,5%.

De acordo com a economista do Ipea Maria Parente, essa queda ocorrerá em razão de uma queda expressiva nos preços dos alimentos e dos serviços. No caso dos alimentos, as boas projeções de safra tanto no país quanto no resto do mundo e a baixa probabilidade da ocorrência de fenômenos climáticos, que poderiam prejudicar a produção agrícola, devem manter os preços das commodities agrícolas bem comportados, dando continuidade à trajetória de queda em curso desde o último trimestre do ano passado.

Em relação aos demais preços livres, o que deverá puxar a desaceleração inflacionária é a lenta retomada prevista para a atividade econômica e seus efeitos sobre o mercado de trabalho. Ela destaca, também, que a baixa confiança dos consumidores, aliada ao forte endividamento das famílias e ao menor reajuste do salário mínimo, deve manter a demanda doméstica contraída, facilitando o recuo da inflação dos bens e serviços livres mesmo em um ambiente de redução das taxas de juros.