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Índios da Aldeia Condá fazem ritual de velório em estádio da Chapecoense

CHAPECÓ – Cerca de 20 índios da aldeia Condá visitaram o estádio da Chapecoense na tarde desta quinta-feira para prestar solidariedade às famílias das vítimas da queda do avião da equipe. Com os rostos pintados de verde e branco, cores do clube, eles fizeram uma apresentação de um ritual de velório da etnia Kaingang.
Líder dos Kaigang, o cacique Condá, que defendeu sua terra do avanço de colonos no fim do século XIX, dá nome ao estádio da Chapecoense. Uma estátua dele com um arco e flecha enfeita uma praça na frente da arena. O mascote do time também é uma referência ao cacique, chama-se Índio Guerreiro. Atualmente, os Kaingang a 15 km do centro de Chapecó.
– O pessoal da aldeia está sentindo muito. Acompanhamos a Chapecoense desde o início. Queremos levar para as famílias um gesto de amor, uma homenagem para esses guerreiros que não estão mais conosco – disse Maximino Reis, de 52 anos, que representou o cacique Augusto.
Eliel Inácio, de 22 anos, disse que ficou sabendo da queda de avião por meio das redes sociais na manhã de terça-feira. Segundo ele, os índios da aldeia Condá tem o costume de acompanhar os jogos de futebol. Alguns jovens da tribo até treinam nas categorias de base.
– Vi que o avião caiu nas redes sociais, que já fazem parte das nossas vidas na aldeia. No momento não acreditei, mas depois foram aparecendo muitas reportagens. Estamos de luto. A Chape deu muito orgulho para a gente, para Chapecó e para o Brasil – afirmou Eliel.