Cotidiano

Incêndios caem 28,7% no oeste, “graças” ao isolamento social

De acordo com registros de ocorrências do Corpo de Bombeiros, no Paraná a redução foi de 12,54% em 2020

Incêndios caem 28,7% no oeste, “graças” ao isolamento social

Cascavel – Mesmo com o cenário de estiagem que se estende há mais de um ano, o número incêndios ambientais registrados pelo Corpo de Bombeiros do Paraná é menor que os do ano passado.

De acordo com registros de ocorrências do Corpo de Bombeiros, no Paraná a redução foi de 12,54% em 2020. De janeiro até 2 de outubro, foram atendidos 9.580 casos. No mesmo período do ano passado eram 10.954.

Já na região oeste, a queda chega a 28,7%, considerando o 4º e o 9º Grupamento de Bombeiros. N primeiro, que atende a região de Cascavel e mais 42 municípios, a redução foi de 36%: 803 incêndios ambientais registrados até essa sexta, contra 1.254 no mesmo período de 2019. E, na abrangência do 9º, que pega a região de Foz do Iguaçu, a diferença foi de 7,15%, com 389 incêndios neste ano e 419 em 2019.

Além de o cenário ser semelhante ao do ano passado, com estiagem severa e vegetação seca, neste ano o período de queimadas teve início antes de esperado. Contudo, para a Comunicação Social do Corpo de Bombeiros do Paraná, a explicação para a menor quantidade de casos está na pandemia.

Uma vez que quase 100% dos focos de incêndio são causados pela ação humana, seja com fogueiras mal apagadas, descarte de cigarros e bitucas em locais inapropriados, queima de entulho e para limpeza de terrenos, quedas de balões acesos e até mesmo descarte de papéis de bala ou garrafas de vidro em locais em que podem funcionar como lupa, a redução pode estar associada à menor circulação de pessoas devido as medidas de isolamento social adotadas em virtude da pandemia de covid-19.

Vale ressaltar que as ocorrências em questão são de incêndios em terrenos, margens de rodovias e até propriedades rurais, não consideram os incêndios em parques ambientais do Paraná nem no Pantanal.

Alerta continua!

Mas se há menos queimadas é só porque falta o agente que põe fogo, porque o cenário está preocupante. Por isso, diante da estiagem, do calor extremo e das previsões remotas de chuvas, o alerta e a recomendação de cuidados em relação às ações que possam causar incêndios continuam.

O Corpo de Bombeiros pede para que a população não realize qualquer tipo de queima de lixo, vegetação ou mesmo descarte irregular de bitucas e afins que possam provocar fogo.

Baixa umidade e alta radiação

A população sentiu na pele o calorão recorde nessa semana e que deve continuar nos próximos dias. Chuva, talvez, a partir do dia 9 de outubro. Além disso tudo, o Centro de Previsões de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais alerta que o índice de raios UV (ultravioleta) na região de Cascavel pode ficar entre 10 e 11 nos próximos dias, considerado de “altíssimo risco” para queimaduras em caso de exposição ao sol sem proteção. Especialistas recomendam a utilização de óculos escuros, bonés e chapéus, além de protetor solar, e, mesmo assim, não é recomendada a exposição ao sol por muito tempo.

Já em relação à umidade do ar, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta laranja para a região oeste do Estado. A umidade relativa do ar está variando entre 20% e 12%. Com isso, aumentam o risco de incêndios florestais e também os riscos à saúde. A baixa umidade pode causar ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. A orientação é estar atento à hidratação, principalmente de idosos e crianças.