Cotidiano

Hillary volta à corrida e promete ampliar salários e direitos trabalhistas

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GREENSBORO, EUA – A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, voltou renovada à corrida presidencial. Depois de quatro dias fora dos eventos oficiais por uma pneumonia, ela reiniciou a campanha num discurso na Carolina do Norte defendendo a ampliação dos direitos trabalhistas em termos de saúde e para as mães no mercado de trabalho, além de reforçar a defesa do aumento real do salário mínimo. A candidata democrata havia sido criticada por manter sigilo sobre a doença, em mais um caso que provocou desconfiança dos eleitores. hillary

Depois de um período de descanso em Nova York, Hillary embarcou para a Carolina do Norte e depois Washington. No avião de campanha, demonstrou bom humor e disposição durante conversas com repórteres.

? Tentei ser mais forte e superar logo (a pneumonia) ? disse Hillary em Greensboro, fazendo um mea-culpa pelo segredo sobre a doença. ? Não sou muito boa em ser tranquila em situações como essa, especialmente faltando dois meses para as eleições. Em casa era o único lugar onde não queria estar ? contou Hillary, que disse ter passado tempo com parentes, o que “foi um presente”. ? Já me acusaram de todos os tipos de coisas, mas nunca de ser uma desistente.

Ela ainda usou o discurso para reforçar um plano de ampliação do programa de saúde pública do presidente Barack Obama. Hillary defendeu ainda uma reforma que dê melhores condições para funcionários de empresas, como a possibilidade de tirar mais dias de folga remunerada por doença. Ela voltou a defender o aumento do salário mínimo por hora, uma de suas principais promessas de campanha.

? Estou concorrendo por todo mundo que está lutando pelas próprias famílias. Quem sofre baques, mas se reergue ? afirmou Hillary.

Ela aproveitou para cutucar o rival, Donald Trump ? que ela chamou de “showman” por usar um programa de TV para abordar a própria saúde durante a campanha. A candidata criticou propostas dele que não dão conta das mães no mercado de trabalho.

? Não precisamos de alguém que ficou quieto por décadas e que só diga que pretende nada em relação às mães que trabalham.

Ao fim do discurso, Hillary se despediu ao som de “I feel good” de James Brown, em uma brincadeira para dizer que está bem de saúde.

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Nesta semana, Hillary virou alvo de críticas após ter ocultado os motivos pelos quais passou mal em um evento de homenagem às vítimas do 11 de Setembro no domingo. Foi então que veio à tona um diagnóstico de pneumonia que a candidata havia ocultado dos seus apoiadores e até mesmo de funcionários da sua campanha.

De acordo com os novos dados passados por sua médica, Lisa Bardack, a pneumonia da candidata é leve, apenas em parte do pulmão direito, e tem causa bacteriana, sendo não infecciosa. A médica reafirmou que Hillary não tem problemas que a impeçam de assumir a Casa Branca. Bardack informou que a candidata foi posta em antibióticos por dez dias, tem bons resultados do nível de colesterol e toma remédios para a tireoide, sem gravidade. Seu vice, Tim Kaine, também divulgou seu histórico.

Desde domingo, Hillary vinha sendo substituída por aliados em eventos. Na terça-feira, o presidente Barack Obama discursou em Filadélfia em seu lugar. Seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, tem cumprido sua agenda.

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PESQUISA MOSTRA DEMOCRATA PERDENDO ESPAÇO

A menos de oito semanas das eleições americanas, os candidatos se vêem empatados em uma dura competição pela Presidência ds EUA, revelou uma nova pesquisa New York Times/CBS News. Enquanto tentam conquistar a confiança do eleitorado, o republicano e a democrata têm 42% do apoio dos eleitores no país, considerando uma disputa que inclui os candidatos libertário, Gary Johnson, e do Partido Verde, Jill Stein. O descontentamento com os grandes partidos, no entanto, é alto entre os americanos.

Em uma competição apenas entre Hillary e Trump, a ex-secretária de Estado leva 46% das intenções de voto no país, contra 44% para o magnata. O resultado mostra que, nas últimas semanas, a disputa se tornou mais apertada, e a democrata viu sua margem de liderança diminuir.

A insatisfação com os grandes partidos dos EUA se destaca nesta corrida presidencial ? e, sobretudo, entre os jovens. Dentre os eleitores que expressaram sua intenção de votar em Hillary ou Trump, pouco mais da metade se dizem grandes apoiadores dos candidatos. Os outros afirmam que têm fortes ressalvas aos seus candidatos ou, então, esão apenas tentando impedir a vitória do outro postulante.

Sem conseguir aproveitar o momento de fraqueza de sua oponente, Trump se envolveu numa série de novas polêmicas. Somente na quarta-feira, ao menos quatro episódios geraram dores de cabeça para o magnata. Além de ter batido boca com um pastor em Flint ? o religioso era contra campanhas em sua igreja ? Trump foi confrontado por uma forte ofensiva de congressistas democratas. Eles pediram investigação sobre a doação de US$ 25 mil da Fundação Trump, em 2013, a um grupo político que respalda a procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi. Ela estudava empreender medidas legais contra a Universidade Trump, mas a investigação acabou perdendo força no estado. A iniciativa serve, no mínimo, como tática para levantar dúvidas sobre o magnata e impedir que sua campanha decole.