Cotidiano

Greenfield: ?Investigação é fio de novelo, vamos ver o que vem?, diz Janot

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BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu uma declaração após reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) que indica a possibilidade de investigações de políticos com foro privilegiado na chamada Operação Greenfield. A operação foi deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) e pelo MPF dentro de uma apuração sobre fraudes em fundos de pensão. Relatórios da operação apontam para a existência de um “núcleo político” com influência junto a dirigentes dos fundos. Políticos com foro só podem ser investigados pela Procuradoria Geral da República (PGR), em inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF).

? Investigação é fio de novelo, vai puxando e vamos ver o que vem ? disse Janot nesta terça-feira, sobre o suposto envolvimento de políticos nas fraudes.

O procurador-geral afirmou que a PGR ainda não recebeu documentos relacionados à operação. O material apreendido é analisado pelos investigadores que atuam na primeira instância da Justiça.

A Operação Greenfield investiga fraude em ?pelo menos? oito fundos de investimentos. Quarenta pessoas são investigadas por gestão temerária e fraudulenta nos fundos de pensão. São gestores, corretores e grandes empresários que aplicavam em Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) Cevix, Multiner, Sondas, OAS Empreendimentos, Enseada, RG Estaleiros, Florestal e Global Equity.

A PF prendeu Carlos Augusto Borges e Maurício Marcellini Pereira, diretores de Participação Societária e de Investimentos do Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef). Eles estão entre os setes investigados da operação que tiveram prisão temporária decretada pela 10ª Vara Federal de Brasília, suspeitos de envolvimento em fraudes que resultaram em prejuízos milionários para o Funcef.

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Também foram presos na mesma operação os ex-presidentes do Funcef Carlos Alberto Caser e Guilherme Lacerda. Os outros três com prisão decretada também são ex-diretores do Funcef. O fundo é o alvo central desta primeira etapa da Greenfield, embora a investigação tenha alcançado operações do Postalis, Previ e Petros.

Cerca de 560 policiais cumpriram um total de 127 mandados judiciais expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília. Sete deles são de prisão temporária, 106 de busca e apreensão e 34 de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.

A Justiça determinou também o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas no valor aproximado de R$ 8 bilhões. Além dos policiais, 12 inspetores da CVM, quatro procuradores federais da CVM, oito auditores da Previc e sete procuradores da República também participam da operação desta segunda-feira.