Cotidiano

Governo marca leilão da distribuidora goiana Celg-D

SÃO PAULO – O edital de desestatização da distribuidora de energia goiana Celg-D, publicado nesta sexta-feira, estabeleceu um valor mínimo de R$ 2,8 bilhões para o leilão previsto para ocorrer em 19 de agosto, na BM&FBovespa, informou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos responsáveis pelo certame.

A Celg-D é controlada pela Eletrobras, que detém 50,93% do seu capital social, e pelo governo de Goiás, que possui, via CELGPar, 49% do capital da empresa.

O governo manteve o lance mínimo estabelecido anteriormente em cerca de R$ 2,8 bilhões pela Celg-D – que tem dívidas que, se assumidas pelo comprador, elevariam o montante do negócio para R$ 5,2 bilhões.

O valor mínimo, estabelecido ainda no governo da presidente afastada Dilma Rousseff, foi considerado elevado pelos investidores, ainda que a Celg-D seja vista como um bom ativo.

A Celg-D é responsável pelo atendimento de 237 municípios do Estado de Goiás, o que corresponde a mais de 98,7% do território goiano, atendendo a 2,61 milhões de unidades consumidoras.

O edital foi publicado em momento em que o setor de distribuição do Brasil tem chamado a atenção de investidores, como a chinesa State Grid e a italiana Enel, além da CPFL, que na semana passada comprou a gaúcha AES Sul e disse que pretende continuar em expansão no segmento.

O leilão de desestatização colocará à venda em lote único 94,8393% do capital social da Celg-D, de propriedade da CELPar e da Eletrobras.

Poderão participar do leilão empresas e consórcios sem a obrigatoriedade de constituição de Sociedade de Propósito Específico, disse o BNDES.

Os interessados deverão apresentar suas propostas em envelopes fechados em 16 de agosto, na BM&FBovespa. Em 18 de agosto será divulgado o resultado da análise das declarações, documentos de representação e garantia de proposta. As propostas econômicas serão abertas em 19 de agosto, às 15h. Na ocasião, os interessados poderão apresentar lances de viva voz, até que se chegue ao valor final de venda.

O processo da desestatização será realizado em duas etapas, sendo a primeira delas a alienação das ações que representam o controle societário da companhia e a segunda a oferta de ações aos empregados e aposentados.

Na segunda etapa, os empregados e aposentados poderão adquirir 5,09% do capital social da empresa, o que corresponde, exclusivamente, a 10% das ações de propriedade da Eletrobras, pelo preço mínimo, com um desconto de 10% .

Após três anos, caso a Celg-D não abra seu capital, os empregados poderão vender suas ações ao comprador pelo preço mínimo, ou seja, pelo valor de R$ 18,69 por ação, corrigido pelo IPCA.

O novo controlador terá como desafio cumprir as novas metas de desempenho operacional nos cinco anos subsequentes refletindo em melhora substancial do serviço prestado à população atendida, acrescentou o BNDES.