Cotidiano

Governo de SP diz que retomará discussões sobre privatização da Cesp

SÃO PAULO – O governo de São Paulo retomará brevemente discussões sobre a privatização da estatal paulista de energia Cesp, disse o secretário da Fazenda do Estado, Renato Villela, para investidores em evento promovido pelo JPMorgan nesta sexta-feira, o que levou as ações da elétrica a dispararem na Bovespa.

De acordo com relatório do JPMorgan, Villela afirmou no encontro que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) provavelmente ajudará a coordenar um eventual processo de venda da companhia.

“O governo do Estado não vê sentido em continuar envolvido nesse negócio (…) a Cesp não é vista como um ativo core e crucial para o Estado”, disse o JPMorgan, ao relatar o encontro com o secretário paulista.

A Secretaria da Fazenda confirmou as declarações de Villela.

A Cesp possui um valor de mercado de R$ 3,87 bilhões. A fatia do governo de São Paulo na empresa é de 40%. A Cesp opera três hidrelétricas em São Paulo em um total de 1,65 gigawatt em capacidade instalada.

Os papéis subiam cerca de 18%, a R$ 15,04, depois de terem avançado 21,5% na máxima da sessão, após o JPMorgan divulgar seu relatório.

SONHO ANTIGO

Em 2011, o governo de São Paulo chegou a considerar a privatização da Cesp, mas o processo não foi adiante devido à perspectiva do vencimento das concessões de diversas hidrelétricas da companhia. Após o final dos contratos, o governo federal relicitou as concessões de três das maiores usinas da Cesp.

A companhia não participou dos leilões em que foram ofertadas as usinas, e com isso viu sua capacidade instalada cair quase 80% ante quase 7,5 gigawatts que possuía anteriormente.

Criada em 1966 por meio da fusão de diversos ativos do Estado de São Paulo em energia, a Cesp chegou a ter 14 mil empregados e 11 gigawatts em capacidade instalada em 1996.

A partir de 1997, teve início um processo de privatização de ativos da companhia que resultou na criação de diversas empresas como Elektro, CPFL, Comgás, Duke Energy, Cteep e AES Tietê.

Os ativos que permaneceram sob controle estatal formaram a atual Cesp, que abriu capital na bolsa em 2006.