Cotidiano

"Golpistas" e "golpeados" se unem para o segundo turno em Belém

Belém.jpg

BRASÍLIA ? Na página oficial do PSOL nacional uma janela com os dizeres ?Fora Temer? pisca sem parar e dá a dimensão da campanha dos psolistas contra o ?golpe? que teria sido desferido pelo PMDB contra a ex-presidente cassada Dilma Rousseff. Mas uma postagem no Twitter do candidato do PSOL à prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues, hoje no início da tarde, deixou a militância contra os “golpistas” do PMDB revoltada. De mãos dadas com o candidato derrotado do grupo do senador Jader Barbalho, Carlos Maneschy, Rodrigues, que disputa o segundo turno com o tucano Zenaldo Coutinho dizia: ?Recebemos mais um apoio! Agora é do professor Carlos Maneschy que apoia o ED50 sem ligação partidária?.

O anúncio da aliança inusitada e a foto dos dois sorridentes provocaram a ira imediata dos eleitores psolistas de Belém. Edmilson tentou se justificar, dizendo que era um apoio isolado, fora do PMDB de Jader. No primeiro turno Zenaldo saiu na frente com 31.02% dos votos, contra 29.5% de Edmilson Rodrigues. Os dois já foram prefeitos de Belém.

O eleitor Rosywaldo Ferreira respondeu à postagem:

? Só espero que moeda de troca não seja um governo eivado de peemedebistas inescrupulosos.

Edmilson Rodrigues responde a outro eleitor, que questiona o apoio:

É um apoio individual, Saulo. Sem ligação com o partido, que já anunciou em nota liberar seus filiados a apoiar quem quiser.

Com alta rejeição em Belém, Jader Barbalho não apareceu na campanha de Maneschy no primeiro turno. O presidente do diretório do PMDB de Belém, José Priante, sobrinho de Jader, diz que o apoio do candidato derrotado do partido terá um impacto eleitoral pequeno, mas positivo. E minimiza o fato de o PSOL pregar contra ?o golpe? de Michel Temer.

? Como não houve nacionalização do pleito de Belém , isso não terá impacto. O PMDB tomou decisão de liberar seus filiados e eleitores no segundo turno. Liberado, Maneschy decidiu apoiar Edmilson ? disse Priante.

A assessoria do candidato do PSOL foi procurada, mas não respondeu ao GLOBO.