Cotidiano

George Clooney vai fazer série com criadoras de 'Making a murderer'

RIO — Depois de conquistas uma inesperada legião de fãs com a série documental “Making a murderer”, da Netflix, as diretoras Laura Ricciardi and Moira Demos encontraram um aliado de peso para seu próximo projeto: George Clooney. Será a primeira incursão da produtora de Clooney, que conquistou o Oscar com “Argo” (2012), na televisão.

Apesar de o projeto se basear em uma história verídica, a série não vai manter o estilo que consagrou as diretoras. Laura e Moira vão abandonar o formato documental e partir para uma obra roteirizada, baseada na série de reportagens “America's most admired lawbreaker” (“O criminoso mais admirado da América”), publicada pelo jornalista Steven Brill no Huffington Post.

Em 15 capítulos, Brill dissecou a indústria farmacêutica e as táticas de marketing empregadas pela Johnson e Johnson para comercializar o antipsicótico risperidona, colocado no mercado em 1994. Embora a droga só tivesse aprovação para uso por adultos com severos distúrbios psiquiátricos, os representantes de vendas incentivaram médicos a prescrevê-la a crianças e idosos, escondendo os efeitos colaterais: idosos estavam sujeitos a sofrer AVCs e diabetes, enquanto crianças poderiam desenvolver disfunções hormonais.

Em um dos muitos casos contra a empresa, os pais do garoto Austin Pladger processaram a Johnson & Johnson depois que seu filho autista desenvolveu seios enormes. Benita, a mãe de Austin, só entrou na Justiça depois de ver em um programa de TV que a droga estava ligada a casos de ginecomastia (aumento das mamas em homens). Ela ganhou danos no valor de US$ 2,5 milhões.

“America's most admired lawbreaker” ainda não tem data de filmagem prevista. Os produtores também não fecharam negócio com nenhuma emissora.