Cotidiano

Fórum debate estratégias para o fim do abuso e exploração sexual

O 15º Fórum Municipal de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes realizado ontem em Cascavel aprofundou o debate de estratégias que possam acabar com essas mazelas.

Somente no ano passado foram atendidos 103 casos, 89 de abuso sexual e quatro de exploração sexual na cidade. Neste ano, de janeiro a abril, já passaram 19 casos de abuso sexual pelo Creas I e um caso pelo Creas IV.

O evento de ontem reuniu cerca de 500 participantes, que durante a tarde acompanharam discussões em torno do tema. "As violências nas relações e as relações de violência: análise da violência contra crianças e adolescentes a partir de uma perspectiva psicossocial".

A psicóloga, Lucimaira Cabreira, gerente da Divisão de Proteção Social especial da Secretaria de Assistência Social foi quem apresentou o assunto. Ela destaca que a violência é naturalizada nas nossas relações, em vários contextos, e até mesmo dentro das casas. “Muitas vezes o agente violador é da própria família. Então temos que pensar nessa família, na história de vida dessas pessoas para criar estratégias de intervenção para que elas consigam desenvolver a função protetiva que é a de cuidar. Família que cuida é aquela que não pratica violência”, ressalta a psicóloga.

Segundo Lucimaira, o enfrentamento ao abuso e à violência é fundamental para que crianças e adolescente não sofram consequências no desenvolvimento.  “A violência traz algumas memórias que são levadas para a vida. Por isso é importante o atendimento da rede, dos profissionais que aqui estão, para o enfrentamento dessa realidade”, comenta.

O Fórum ocorre na mesma data em que se lembra do Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio de 2000, por meio de lei federal, após o Caso Aracelli, que trata de uma menina de Vitória/ES sequestrada, espancada, estuprada e morta em orgia. O corpo da vítima só foi encontrado seis dias depois do crime.