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Federação confirma Flamengo x Vasco em Juiz de Fora, com duas torcidas

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Demorou, mas, no fim da noite de segunda-feira, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) anunciou o palco do confronto entre Flamengo e Vasco, no sábado de carnaval, pela semifinal da Taça Guanabara: nem tão perto quanto o Engenhão, nem tão longe quanto Manaus, antes cotados. O jogo, pela primeira vez na história do confronto, será em Juiz de Fora, no Estádio Radialista Mário Helênio. A partida está marcada para 18h30.

No mesmo dia, estava programado o jogo entre Tupi x URT, pelo Campeonato Mineiro, para as 16h, mas foi remarcado para as 11h do mesmo dia.

O clássico carioca, por acontecer em Minas Gerais, poderá ter torcida dividida, apesar do palco acanhado e de um histórico de brigas quando recebe duas torcidas adversárias

Não querendo jogar no Rio de Janeiro com a proibição de torcida dividida em clássicos, as diretorias tentaram sedes diferentes fora do estado. O Flamengo queria jogar no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, opção descartada pelo policiamento.

Já o Vasco preferia a Arena da Amazônia, em Manaus, mas questões técnicas de transmissão barraram a ida do jogo para lá. A opção fechada, Juiz de Fora, levou em conta a possibilidade das duas torcidas e a proximidade. A cidade mineira fica a menos de 200km do Rio .

VENDA DE MANDO DE CAMPO É PROIBIDA

A decisão sobre o palco do clássico foi uma novela, que se arrastou durante todo o dia de ontem. O rubro-negro se via diante de um impasse. A diretoria avaliava comercialmente jogar fora do Rio com torcida dividida, mas sabia que tem as regras a seu favor para mandar o jogo no Engenhão, com sua torcida. No artigo 18, o regulamento do Estadual prevê que o mando de campo é do clube de melhor campanha. A decisão que determinou a torcida única, por sua vez, garante a comercialização ?apenas para a torcida do time mandante?.

O presidente Eduardo Bandeira de Mello passou a bola para a Ferj. No entanto, no arbitral da competição, há meses, também ficou definido que os clássicos aconteceriam no Maracanã ou no Engenhão, garantindo, assim que não se desprestigiaria o torneio.

Por outro lado, o presidente vascaíno, Eurico Miranda, que ano passado, com melhor campanha, obrigou o Flamengo a viajar para Manaus pelo mesma competição, apostava que o jogo deste ano teria torcida dividida e a estreia de Luis Fabiano. Em congresso técnico dos clubes da Série A na sede da CBF, em que os jogos fora do Estado de origem foram proibidos no Brasileiro deste ano, os mandatários falaram no assunto.

? Não jogo com torcida única. Primeiro porque é retrocesso, segundo porque é contra o regulamento, que é claríssimo. Está escrito que se joga no Maracanã ou no Engenhão. Se a liminar não for cassada, o Vasco não joga. O Vasco joga fora do Estado ? afirmou Eurico.

Já Bandeira foi complacente e até se uniu ao rival:

? Qualquer solução fora do Rio será com acordo entre os clubes. Nós dois somos favoráveis ao jogo com duas torcidas, sem essa besteira de torcida única. Mas, quanto ao local do jogo, ainda não há uma decisão.

ENGENHÃO NÃO ESTÁ DESCARTADO

O clássico jogo está marcado mas, caso a liminar que proíbe torcidas divididas em clássicos caia até amanhã, o Engenhão pode voltar a ser cogitado como palco da partida

Na manhã desta segunda-feira, a Ferj se reuniu com o Comando do Estado Maior da Polícia Militar para definir o esquema de segurança, no caso de o Engenhão receber a partida. A questão do carnaval também foi tratada na reunião, pois o jogo será no primeiro dia da festa, com a passagem de mais de 70 blocos na cidade.

O Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (Gepe) garante que o efetivo para o jogo não sofrerá alteração, pois a responsabilidade do grupo é apenas dentro do estádio e na escolta às organizadas. Em campo, se o Vasco aguarda Luis Fabiano, o Flamengo prepara Berrío para a semifinal. O atacante faz fortalecimento muscular e deve jogar.

Como fez melhor campanha, o time rubro-negro, que vem de goleada sobre o Madureira, joga pelo empate para avançar à decisão da Taça Guanabara.

Colaborou Carolina Oliveira Castro