Cotidiano

Família vai à Justiça pedir indenização

Mulher de 25 anos deixou duas crianças; ela faleceu dez dias após dar à luz

Marechal C. Rondon – Familiares da jovem Joseane Felipe, que morreu em junho em decorrência de um suposto erro na aplicação de mediação durante trabalho de parto realizado no Hospital Municipal Cruzatti, de Marechal Cândido Rondon, ingressaram ontem com ação judicial na Vara da Fazenda Pública daquela cidade, na qual pedem o ressarcimento por danos morais e materiais decorrentes do erro que custou a vida de Joseane.

No dia 12 de junho de 2017, Joseane, com 25 anos, foi internada em trabalho de parto. Logo após o nascimento da criança, conforme apurado pela Sindicância Administrativa instaurada pela Portaria 607/2017, de 12 de junho de 2017, Joseane recebeu uma injeção do medicamento denominado “Atracurio”, cuja finalidade seria o relaxamento muscular, quando deveriam, na verdade, ter aplicado “Ocitocina” na paciente – ambos medicamentos possuem efeitos absolutamente contrários e, por isso, ela teve parada cardiorrespiratória quase que simultaneamente.

Por conta do agravamento da situação, foi necessária a intervenção do Samu, que optou por transferir a paciente para Palmas, no sul do Paraná, via helicóptero, onde haveria atendimento especializado diante da gravidade do quadro clínico.

A morte cerebral foi confirmada pouco depois. A morte de Joseane data de 22 de junho, no Hospital Santa Pelizzari, em Palmas.

Os familiares relataram que, após o falecimento, irmãos da vítima tentaram buscar ajuda na prefeitura, mas o auxílio prestado ficou limitado ao traslado do corpo e uma parte do serviço funerário.

Indignados com a administração municipal, parentes da vítima resolveram entrar com ação de indenização, na qual pleiteiam o ressarcimento dos danos materiais e dos danos morais pela perda de Joseana, bem como para que o Município seja obrigado a pagar pensão alimentícia aos dois filhos da jovem morta.

Familiares relatam ainda que “a dor de todos é agravada pelo fato de serem pessoas pobres e que foram obrigadas a buscar o sistema público de saúde municipal para realizar o parto de Joseane e que acabaram sendo vítimas do erro e do descaso”.

Outro lado

A Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Marechal Cândido Rondon disse ontem que tomou conhecimento da ação pela imprensa e que não tinha detalhes ainda sobre o caso.

A Secretaria da Saúde disse que o Município e a Pasta ainda não foram notificados sobre o processo e que só irão se manifestar após tomar conhecimento do teor. A secretaria informou que o Município abriu sindicância para levantamento de todos os fatos ocorrido para identificar o que aconteceu e que há um processo administrativo em tramitação.