Cotidiano

Exportações de carne bovina têm queda de 4% em abril

Brasília – No primeiro resultado abaixo das expectativas de 2018, as exportações totais de carne bovina (in natura e processada) apresentaram queda de 4% em volume e de 5% na receita em abril segundo informações da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), que compilou os dados finais de movimentação de abril divulgados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Na comparação com abril de 2017, mês que não é considerado uma boa referência porque o mercado estava sob os efeitos mais imediatos da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, com muitos países interrompendo as importações a espera de informações das autoridades brasileiras, a exportação atingiu a 85.064 toneladas, contra 88.733 no ano passado. A receita, por sua vez, ficou em US$ 344,7 milhões contra US$ 361,4 milhões em 2017.

No acumulado dos primeiros quatro meses deste ano, no entanto, as exportações vão bem: crescimento de 20% em toneladas e de 17% na receita. No volume, atingiu a 505.498 toneladas contra 419.986 toneladas no mesmo período de 2017. Já a receita chegou a US$ 1,93 bilhão contra US$ 1,66 bilhão no período anterior.

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Segundo a Abrafrigo, os problemas de imagem do produto brasileiro no mercado internacional provocados pelas operações da Polícia Federal continuam influenciando as exportações para grandes clientes como os países integrantes da União Europeia, da Rússia e dos Estados Unidos.

Nos países que tiveram desempenho positivo nos quatro primeiros meses de ano, Hong Kong continua liderando as importações do produto brasileiro com crescimento de 49,8% na movimentação: de 88.543 toneladas passou para 132.603 toneladas.

Somando-se à movimentação da China Continental, que passou de 64.770 toneladas para 84.290 toneladas, com crescimento de 30%, o mercado chinês absorve quase 50% das exportações brasileiras de carne bovina. O Egito também ampliou suas importações em 153% (de 21.822 toneladas em 2017 passou para 55.383 toneladas em 2018), enquanto o Chile elevou suas aquisições em 115,3% (de 16.004 toneladas para 34.463 toneladas).

Maiores quedas

A maior queda na movimentação neste ano foi a da Rússia, que em 2017 já tinha importado 50 mil toneladas do Brasil e que zerou esse número em 2018. Reduções importantes na quantidade também foram observadas nas compras do Irã (-40%), dos Estados Unidos (-32%), Arábia Saudita (-40%) e Itália (-18,4%).

Conforme a Abrafrigo, para o segundo semestre de 2018 se espera a recuperação destes mercados, inclusive com reinicio das vendas para Estados Unidos e Rússia.

Frango e carne suína

exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos) totalizaram 251,2 mil toneladas em abril, informa a Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal). No quadrimestre, os embarques chegaram a 1,268 milhão de toneladas.

Em receita, as vendas das exportações de carne de frango alcançaram US$ 480,5 milhões no quarto mês de 2018, e US$ 2,085 bilhões no acumulado de 2018.

Já os embarques de carne suína (considerando todos os produtos) totalizaram 40,3 mil toneladas no mês e 195,6 mil toneladas nos quatro primeiros meses do ano. O saldo das vendas de carne suína em abril chegou a US$ 93,8 milhões. No ano, o resultado cambial é de US$ 409,2 milhões.

A Abpa destaca ainda que, devido à mudança de metodologia de compilação e publicação de dados pelo Mdic no Portal Único Siscomex, a associação não apresentará percentuais comparativos entre o desempenho das exportações de abril deste ano em relação a 2017. A comparação voltará ser feita mês que vem, com análise dos cinco meses do ano.

IBGE estima safra de grãos de 230 milhões de toneladas

Rio de Janeiro – A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do País deverá fechar o ano de 2018 em 230 milhões de toneladas, segundo a quarta estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Caso a estimativa se confirme, a safra será 4,4% menor do que a registrada em 2017, que foi de 240,6 milhões de toneladas.

A área colhida não deve sofrer grande variação em relação a 2017, o que mostra uma perda de produtividade do setor. O levantamento publicado hoje estima uma safra 0,3% maior do que a prevista na terceira estimativa, divulgada no mês passado.

De acordo com a quarta estimativa, 2018 deve fechar com alta de 0,6% na produção da soja. Com a alta, a safra deverá chegar a 115,6 milhões de toneladas, um recorde histórico do grão.

As outras duas grandes lavouras de grãos, no entanto, devem registrar queda. A produção do milho deverá recuar 13%, enquanto a de arroz deverá cair 6,8%.

Apesar da queda total, 18 das 26 safras pesquisadas pelo IBGE deverão ter crescimento na produção, em relação a 2017, com destaque para a segunda safra do amendoim (400%) e a mamona (100,7%).

Outras safras que deverão ter crescimento são a de cevada (48%), trigo (32,5%), aveia (23,5%), café arábica (20,7%), café canephora (15,9%), algodão herbáceo (16,3%), feijão segunda safra (11,7%) e terceira safra (7,7%) e cana-de-açúcar (2,4%).

Oito produtos/safras deverão ter queda, entre eles a laranja (9,4%), cebola (4,2%) e as três safras de batata-inglesa (9,2%, 1,4% e 26,4%, respectivamente).