Esportes

Estádio Mané Garrincha foi onde as redes menos balançaram na Olimpíada

BRASÍLIA – O torcedor brasiliense é, até o momento, o mais azarado no torneio olímpico
de futebol. Nas dez partidas no estádio Mané Garrincha, dez seleções masculinas
e cinco femininas jogaram no local, marcando apenas 13 gols, média de 1,3 por
partida. Não à toa, o placar zero a zero foi o mais comum no estádio. Ele se
repetiu quatro vezes, incluindo os dois jogos da seleção brasileira masculina na
cidade.

Brasília recebeu sete jogos do torneio masculino e três do feminino. No
masculino, os oito gols dão uma média de 1,14 por partida. É o pior índice da
competição. A situação só não foi pior porque, no último jogo, neste sábado,
pelas quartas de final, a Alemanha – logo a Alemanha – fez quatro a zero em
Portugal. Futebol

No feminino, foram cinco gols, ou 1,67 a cada jogo, a segunda pior média, à
frente apenas do Mineirão, em Belo Horizonte, com 1,6 gol por partida. A capital
mineira, porém, ainda tem chance de se recuperar, porque vai receber um jogo da
semifinal.

Ao todo, contando as seis cidades sede do futebol, já foram 86 gols em 26
jogos do torneio masculino: média de 3,3 gols por partida. No feminino, foram 58
gols em 22 partidas, ou 2,64 por jogo. No geral, a média ficou em 3,42.

Além dos jogos do Brasil contra a África do Sul e o Iraque, também ficaram no
zero a zero em Brasília as seleções masculinas de Dinamarca e Iraque, e as
seleções femininas de Suécia e China. O Brasil, que penou na cidade e não marcou
um gol sequer, bastou jogar na Fonte Nova, em Salvador, para fazer quatro contra
a Dinamarca.

Além dos quatro jogos que terminaram sem gols em Brasília, só outras duas
partidas na Olimpíada acabaram do mesmo jeito até o momento. As duas envolvendo
a seleção brasileira feminina. A primeira vez foi no jogo contra a África do
Sul, em Manaus, ainda na fase de grupos. A segunda em Belo Horizonte, nas
quartas de final, quando o Brasil conseguiu passar pela Austrália nos pênaltis.
Em todas as outras partidas, ao menos um golzinho foi marcado.

Na Copa do Mundo, o estádio mais azarado foi a Arena das Dunas, em Natal, com
cinco gols em quatro jogos, média de 1,25 por partida. Na ocasião, o Mané
Garrincha se saiu bem melhor, com 20 gols em sete partidas – média de 2,86 – e
nenhum zero a zero.

Das 12 sedes da Copa, Brasília foi a quinta com melhor média de gols, atrás
apenas de Porto Alegre, Salvador, Manaus e Cuiabá. Das seis sedes da Olimpíada,
até agora a melhor média ficou com Salvador, com 42 gols em dez jogos: média de
4,2 por partida. Em seguida vêm Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte.

A Olimpíada já acabou para Brasília, mas ainda haverá jogos em Belo
Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. No caso do Rio, já houve 26 gols em oito
jogos no Engenhão, média 3,25 por partida. As próximas partidas serão no
Maracanã. Resta saber se o estádio que recebeu duas finais de Copa do Mundo será
o palco de muitos gols ou se terá o azar de roubar do Mané Garrincha o posto de
lugar onde os jogadores mais falham na pontaria. Ou, numa avaliação mais
otimista, onde os goleiros têm seu melhor desempenho.