Cotidiano

Espiões escondem informações de Trump por desconfiança, diz ?WSJ?

64914690_TOPSHOT - US President Donald Trump speaks during a joint press conference with Israeli Pri.jpg

WASHINGTON ? No meio da guerra entre a Inteligência dos EUA e a Casa Branca, espiões americanos estariam ocultando informações ao presidente Donald Trump, segundo uma reportagem do ?The Wall Street Journal?. Em condição de anonimato, fontes disseram ao jornal que os funcionários dos serviços de investigação desconfiam do republicano e temem que ele vaze informações sensíveis para a segurança nacional. Os espiões estariam privando Trump de detalhes sobre fontes, métodos de investigação e vias de obtenção de informações sobre governos estrangeiros. trump

Segundo o jornal, os serviços de Inteligência sempre reservaram parte das suas informações até mesmo da Presidência. Mas, nestes casos, o objetivo era proteger as suas fontes ou não danificar estratégias de espionagem ? e não, como acontece agora, por desconfiança contra o chefe do governo.

? Nada indica que o presidente esteja tendo um relatório adequado do que se faz ? relatou ao ?Wall Street Journal? uma das fontes não identificadas.

O mandato de Trump ainda não completou nem um mês, mas o presidente já se vê embaixo de uma crise de credibilidade dentro e fora do seu país. A sua situação se complicou depois que o seu Conselheiro de Segurança Nacional se demitiu por ter feito contatos secretos com a Rússia antes mesmo do novo govern tomar posse. Pela lei americana, Flynn, como cidadão privado que ainda era antes da posse, não poderia ter tratado de diplomacia com outros países em nome dos EUA. Na carta de demissão, ele pediu desculpas e admitiu que “transmitiu sem querer ao então vice-presidente eleito e a outros informações incompletas sobre suas conversas telefônicas” com o embaixador russo.

Em seguida, o ?New York Times? revelou que a equipe de campanha de Trump manteve contatos frequentes por telefone com o espiões russos no ano anterior às eleições americanas. As comunicações teriam sido interceptadas durante operações de rotina dos serviços de Inteligência dos EUA, que investigam a interferência russa na corrida presidencial.

Por enquanto, não foram encontradas evidências de cooperação entre as duas partes. Mas chamaram a atenção das autoridades os frequentes contatos entre a chapa republicana e os russos ? sobretudo porque Trump repetidamente elogiava o presidente Vladimir Putin durante a campanha. Num dos seus comícios, chegou a dizer que esperava que a Inteligência russa tivesse roubado os e-mails da sua então rival, Hillary Clinton, e os tornasse públicos.

Rapidamente, a reportagem do jornal nova-iorquino, um dos mais renomados do país, levou Trump a acusar os serviços de Inteligência de fornecer informações falsas à imprensa. O presidente culpou a imprenas e os vazamentos do serviço de espionagem pela caída de Flynn, a quem chamou de ?um homem maravilhoso tratado de forma injusta?.

“Informações estão sendo ilegalmente dadas aos fracassados New York Times e Washington Post pela comunidade da Inteligência (NSA e FBI?). Assim como pela Rússia”, escreveu Trump, em referência à Agência de Segurança Nacional e à polícia federal americana.

Além de tudo isso, no ano passado, a CIA afirmou ter evidências de que os russos tivessem realizado ciberataques contra os democratas para influenciar as eleições americanas e favorecer o republicano. Em reação, Trump chamou as acusações no relatório do órgão de “ridículas” e negou que tivesse relações especiais com a Rússia.