Cotidiano

Endividamento chega a 56,6%, o menor resultado desde maio de 2012

Diante da crise econômica no país e o alto nível de desemprego, as famílias brasileiras vão fechar o ano menos endividadas segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento mostra que, em dezembro, 56,6% das famílias possuem algum tipo de dívida, menor patamar desde maio de 2012. Em novembro, esse percentual era de 57,3% e, em dezembro do ano passado, 61,1%.

? Apesar da desaceleração da inflação, a manutenção do crédito caro, aliada ao alto nível de desemprego, limita o consumo e, consequentemente, reduz os níveis de endividamento. Contudo, em médio prazo, não deve haver um recuo mais intenso dos indicadores de inadimplência devido às condições econômicas adversas ? antecipa o economista da CNC Bruno Fernandes.

O percentual de famílias que possui dívidas ou contas em atraso entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro foi de 23%, ante 23,4% em novembro e 23,2% na comparação anual. Já o total que disse que não terá como pagar as dívidas e, portanto, permanecerá inadimplente também caiu na comparação mensal: de 9,1% em novembro para 8,7% em dezembro. Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador apresenta estabilidade.

O número dos superendividados também caiu. A Peic deste mês revela que houve redução, na comparação com o mês anterior, do total dos que se consideram muito endividados: de 14,1% para 13,8%. Em dezembro de 2015, esse percentual era de 13,5%.

TEMPO MÉDIO DAS DÍVIDAS

O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 63,8 dias. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 6,9 meses, sendo que 32,7% possuem dívidas por mais de um ano. Entre as famílias brasileiras, 21,5% têm mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

Para 77,1% dos entrevistados, o cartão de crédito permanece como o principal tipo de dívida, seguido de carnês (14,4%) e, em terceiro, por financiamento de carro (10,4%).