Cotidiano

Em última coletiva, Obama ataca Rússia por Aleppo e ciberataques

Obama-GK431UJ81.1.jpgWASHINGTON – Em sua última coletiva de imprensa na Casa Branca enquanto presidente, Barack Obama foi duro contra a Rússia, acusando o país de ser responsável pelo massacre de civis na cidade síria de Aleppo e pelos ciberataques que marcaram a campanha eleitoral de 2016. Ele relatou ter advertido o presidente russo, Vladimir Putin, contra ações ingerencistas.

Obama coletiva conteúdo

Obama começou brincando em uma declaração pré-perguntas, dizendo que tinha “marcado que foi mau” durante o ano. Elogiando os avanços econômicos, na recuperação da crise nacional e mundial que teve auge em 2008 e 2009, ele também destacou os números crescentes de demanda pelo programa de saúde Obamacare e outros atos de governo que marcaram seu legado ? como a desmobilização de tropas em antigos campos de batalha e o impulso pela diplomacia com Cuba e dentro do cenário internacional.

? O país está mais forte e mais próspero do que quando assumi, oito anos atrás ? assegurou. ? Mas sabemos que ainda há pessoas passando fome, sendo demitidas, chorando a perda de vítimas de violência ? disse Obama, revelando que quer continuar trabalhando fora da Presidência no tema de relação com as comunidades.

O presidente disse que a situação na Síria foi o maior desafio de sua Presidência, citando a necessidade de uma busca diplomática e criticando a ofensiva militar no epicentro da guerra, Aleppo. Ele também foi duro contra o Irã, com quem o país recentemente alcançou um acordo de controle nuclear.

? O sangue dos sírios está nas mãos de Assad e seus aliados Rússia e Irã. Não surpreendemente, a Rússia bloqueou ações do Conselho de Segurança no tema ? criticou. ? Deveria estar claro que o regime de Assad não pode ter seu caminho para a legitimidade pavimentado com massacres. O mundo não pode e não será enganado.

AMEAÇA A PUTIN

Perguntado sobre as ações de Putin no cenário internacional e em uma possível interferência eleitoral nos EUA, ele revelou ter advertido o russo numa conversa na China, em setembro. Posteriormente, instruiu agências de inteligência e líderes dos dois grandes partidos em avaliar os efeitos e o resultado de ciberataques que atingiram o Comitê Nacional Democrata. A culpa é russa, garantiu ele, defendendo a decisão de falar publicamente sobre esta atribuição.

? É importante rever todos os elementos. Isto deve ser uma questão bipartidária. Minha esperança é que o presidente eleito (Donald Trump) esteja também preocupado que não tenhamos interferência externa em nosso processo eleitoral ? pediu Obama.

Mencionando o que considerou um “frenesi” da imprensa sobre o uso indevido de e-mails pessoais da candidata derrotada, Hillary Clinton, ele afirmou que uma das questões principais que o país viverá no futuro será a segurança cibernética.

A Casa Branca relacionou na quinta-feira Putin com os ciberataques que podem ter influenciado nas eleições que resultaram na vitória de Trump. Hillary disse que um dos motivos que motivaram sua derrota seriam supostos vazamentos de dados roubados em ciberataques russos. Mais cedo, Obama ameaçara retaliar a Rússia pela eleição.

? Acredito que não há dúvidas de que quando um governo estrangeiro tenta violar a integridade das nossas eleições, é preciso adotar ações ? disse Obama à rádio pública NPR. ? Vamos fazer isto, no lugar e momento adequados.

Depois da coletiva derradeira, Obama e a família passarão férias no Havaí, de onde voltam para os últimos dias de mandato antes da posse de Trump.

RETROSPECTIVA 2016: Os 15 fatos que mais marcaram o mundo