Curitiba – Três servidores lotados pertinho do Gabinete do governador Beto Richa serão ouvidos nesta semana pela Polícia Federal dentro das investigações da Operação Quadro Negro, que apura desvios de mais de R$ 20 milhões em obras de escolas no Estado.
Ao todo, a PF convocou 17 pessoas para prestarem depoimento dentro das investigações, mas três delas são assessores que ocupam cargo nos primeiros escalões do governo. Citado já em duas delações premiadas pelos principais envolvidos no esquema, o governador Beto Richa disse que está “absolutamente tranquilo”.
Devem ser ouvidos o secretário de Comunicação, Deonilson Roldo, que também é chefe de Gabinete do governador Beto Richa (PSDB); o secretário especial de Cerimonial e Relações Internacionais, Ezequias Moreira; e ainda o assessor da Governadoria, Ricardo Rached.
“Conversei com todos eles e estão absolutamente tranquilos”, disse o governador. “Não estão sendo investigados, foram convidados para depor para dar alguma contribuição e todos nós estamos à disposição da Justiça”, acrescentou em entrevista à imprensa concedida no Palácio do Iguaçu, onde distribuiu R$ 122 milhões às prefeituras a partir de arrecadação extra do ICMS.
Segundo Richa, o maior interessado no andamento das investigações é o próprio governo. Embora tenha sido citado como beneficiado no esquema, assim como outros membros da alta cúpula tucana, como o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano, Beto Richa repete que as primeiras investigações sobre o caso aconteceram na sua gestão.
No STF
Justamente devido ao suposto envolvimento de Valdir Rossoni, que é deputado federal licenciado e tem direito a foro privilegiado, esses depoimentos serão prestados dentro do inquérito que apura os desvios identificados pela operação no STF (Supremo Tribunal Federal). Essa parte da investigação tramita na Corte por causa do possível envolvimento de políticos com foro privilegiado no esquema.
