Cotidiano

Em 24 horas, 6 mil sírios fogem de bairros rebeldes de Aleppo

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MOSCOU ? Quase seis mil civis deixaram suas casas em bairros rebeldes da cidade síria de Aleppo em apenas 24 horas, segundo o Ministério da Defesa da Rússia. Dentre os deslocados, que fogem dos confrontos entre tropas do regime e insurgentes, havia 2 mil crianças. Na terça-feira, Moscou afirmou que Aleppo estava totalmente sob controle do governo, após mais de quatro anos de intensos combates contra os rebeldes no epicentro da guerra síria.

Segundo o Kremlin, citada pela agência Interfax, 366 rebeldes baixaram suas armas e deixaram as zonas controladas pelos insurgentes no mesmo período. A retirada de rebeldes e civis do Leste de Aleppo deveria ter início na manhã desta quarta-feira e não se concretizou, sinalizando o colapso de um acordo de cessar-fogo entre o governo e os insurgentes.

Nesta quarta-feira, o acordo que prevê a retirada de civis e insurgentes da cidade foi suspenso, após objeções do regime sírio, indicaram à agência AFP um representante dos rebeldes e uma fonte próxima ao governo. Os motivos ainda não estão muito claros. Enquanto os insurgentes afirmam que o regime e seus aliados, principalmente os iranianos, “impuseram novas condições” ao acordo, a fonte próxima ao governo ressaltou que Damasco havia expressado sua divergência sobre o elevado número de pessoas que deveriam ser retiradas.

Principal aliado das tropas de Bashar al-Assad, o Exército russo informou que os soldados sírios retomaram os combates para responder aos ataques rebeldes, depois de uma trégua acordada entre ambas as partes.

“Aproveitando a trégua, os rebeldes se reagruparam ao amanhecer e tentaram ultrapassar as posições das tropas sírias no noroeste de Aleppo”, afirmou um comunicado do Exército russo. “O ataque terrorista foi rejeitado. O Exército sírio prolongou as operações de libertação”.

O acordo de cessar-fogo mediado pela Rússia e a Turquia terminou com anos de confrontos na cidade e deu ao ditador sírio a maior vitória até o momento em mais de cinco anos de guerra. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a resistência rebelde deveria acabar nos próximos dias.