Cotidiano

Eike Batista é um dos alvos da nova fase da Lava-Jato

BRASÍLIA ? Além do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que foi preso, o empresário Eike Batista é um dos alvos centrais da 34ª fase da Operação Lava-Jato deflagrada na manhã desta quinta-feira, batizada de Arquivo X. Como adiantou o blog de Lauro Jardim, uma das quase 50 ordens judiciais cumpridas pela Polícia Federal é um mandado de busca e apreensão realizado nesta manhã na sede da empres OSX, no Rio de Janeiro.

A Polícia Federal está fazendo buscas em endereços da empresas Kriadon, Conceito, JCIS e RT. Elas estariam em nome de Júlio César Oliveira Silva, suposto operador de pagamentos de propina em nome de Eike e da Mendes Júnior. Segundo investigadores, as empresas simulavam prestação de serviços para fazerem pagamentos ilegais no esquema de corrupção da Petrobras.

Em recuperação judicial, a OSX é investigada por um consórcio com a construtora Mendes Junior. As empresas ganharam um contrato para fazer duas plataformas para a Petrobras, a P67 e a P70, mas o contrato foi repassado aos chineses da Offshore Oil Engenieering Corporation em 2015.

Em depoimento ao Ministério Público Federal, Eike Batista declarou que em 2012 recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do Partido dos Trabalhadores (PT). Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19 de abril de 2013 foi realizada transferência de US$ 2,35 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.