Cotidiano

Edinho Silva volta a negar indício de crimes na chapa Dilma-Temer

BRASÍLIA – Tesoureiro da campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff e do então vice-presidente Michel Temer, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva voltou a negar indícios de crime em gastos da chapa. Relatório da Polícia Federal (PF) enviado na semana passada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga ação de cassação contra a campanha, aponta que três gráficas são suspeitas de movimentar R$ 56 milhões por meio de laranjas e empresas terceirizadas. Nesta quarta-feira, Edinho foi ao Palácio do Planalto cobrar construções do governo federal atrasadas em Araraquara, onde é prefeito.

Segundo o relatório da PF, divulgado pela GloboNews nesta terça-feira, três gráficas são suspeitas de terem movimentado R$ 56 milhões por meio de laranjas e empresas subcontratadas. A PF diz que elas não tinham capacidade para prestar o serviço. Os documentos da PF entregues ao TSE são referentes às buscas solicitadas pela Corte, no âmbito da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que concorreu ao Palácio do Planalto em 2014.

? Se a empresa terceirizou o serviço, repassou para outra empresa, é evidente que não cabe à campanha fiscalizar isso. Não é minha obrigação fiscalizar. A minha obrigação é fiscalizar se os produtos foram entregues, e eles foram entregues. Tudo isso é documentado ? declarou Edinho Silva, que afirmou já ter repassado essas informações ao TSE.

Ele também diz que a chapa tinha uma equipe de auditoria e que o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) fiscalizava todos os locais de comícios da campanha. O ex-ministro de Dilma rebateu o relatório da PF que aponta que as gráficas não tinham condições de prestar parte dos serviços.

A polícia afirma que há elementos que permitem concluir que parte dos valores oficialmente apresentados como pagamentos às gráficas ?não foi, de fato, direcionada a essa atividade?. Segundo a PF, parte do dinheiro, declarada como verba de campanha, foi desviada para pessoas físicas e jurídicas ?em benefício próprio ou de terceiros?. O relatório também aponta indícios de repercussão na esfera criminal, pelo uso de pessoas interpostas para finalidades como ocultação de bens e valores.

Em dezembro, os agentes visitaram empresas subcontratadas por gráficas que, segundo as investigações já realizadas, não teriam prestado os serviços contratados. Os principais alvos foram, na ocasião, a Rede Seg Gráfica, VTPB Serviços Gráficos e a Focal Confecção e Comunicação. Segundo os investigadores, elas não conseguem provar a realização dos serviços.