Cotidiano

Dólar comercial abre em queda de 0,6%, a R$ 3,24; Bovespa tem alta de 0,5%

RIO – O dólar comercial abriu em queda de 0,64% neste quarta-feira, vendido a R$ 3,24, com investidores aguardando o pronunciamento que se seguirá ao encerramento da reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), com indicações sobre a forma como a autoridade monetária está vendo os cenários econômicos americano e global. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta e sobe 0,5%, aos 58.029 pontos, ainda influenciada pelos ganhos de ontem, quando os investidores aprovaram os novos planos da Petrobras, que subiu mais de 3% e puxou valorização de 0,67% do Ibovespa. MERCADO 2109

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Da interpretação do Fed sobre as condições econômicas depende a sua decisão de manutenção ou alta dos juros ? e o momento em que o movimento pode acontecer. Isso afeta as economias emergentes, como o Brasil, que usufruem de alta disponibilidade de recursos devido às taxas de juros muito baixas mas economias mais maduras, como nos EUA, que mantêm os índices entre 0,25% e 0,5%.

Por ora, o Brasil continua atraente para o investidor estrangeiro que vem aproveitar a elevada taxa de juros do país ? 14,25% ao ano, uma das mais altas do mundo ? com operações especulativas chamadas de carry trade. Para ganhar com a elevada Selic, uma parte desses investidores estrangeiros toma dinheiro emprestado em países com juros baixos, por exemplo os Estados Unidos ou Japão, e aplica os recursos em títulos da dívida brasileira ou em papéis da Bovespa.

Pouco antes do fim da reunião do Fed, a expectativa implícita no mercado é de 78% de probabilidade de manutenção da faixa atual e 22% de chance de elevação para 0,50% a 0,75%. O pronunciamento da cúpula do Fed acontece às 15h.

O BC vendeu esta manhã todo o lote de cinco mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares.

Ontem, o dólar comercial recuou 0,51%, fechando a R$ 3,259 na venda, num dia marcado pelo fluxo positivo de recursos e pela expectativas em torno das ações do Fed e do Banco do Japão (BoJ, o banco central do país).

NOTÍCIAS DO EXTERIOR

Nesta quarta-feira, os agentes absorvem ainda o anúncio, pelo banco central japonês (BoJ), de ajuste na estratégia de sua política econômica. A autoridade monetária informou que calibrará o volume de compras de ativos ? o mecanismo de flexbilização é usado pelo BC na tentativa de controlar os juros dos títulos. O BoJ manterá o volume de comprar ao redor de 80 trilhões de ienes (US$ 780 bilhões) anuais no longo prazo. As taxas de juros sobre reservas bancárias foram mantidas negativas, em -0,1%. Após as medidas, os juros de dez anos do governo japonês ? que se movem inversamente aos preços ? ficaram positivos pela primeira vez desde março. Em janeiro, ao tornar as taxas negativas, o BC japonês obteve um efeito indesejado: as ações dos bancos caíram, o iene se fortaleceu e o sentimento das famílias se deteriorou.

?O BoJ não abriu mão de seu compromisso de manter a flexibilização da política monetária e o seu comunicado enfatiza a importância do ímpeto na mudança da ?mentalidade de inflação? no Japão?, disse ao ?Financial Times? Derek Halpenny, analista do Banco de Tóquio-Mitsubishi. ?Então os participantes do mercado estão propensos a concluir que mais estímulos devem vir nas próximas reuniões sobre política econômica.? Para Todd Elmer, analista do City, o BoJ ?está se permitindo maior liberdade para moldar a curva de juros?.

No Japão, o índice Nikkei fechou em alta de 1,91%, indicando que o mercado aprovou o pacote de estímulos do BoJ. Na Austrália, o índice ASX200 valorizou 0,68%. Na China, o índice Shangai Composite subiu 0,10%.

Na Europa, o FTSE 100, em Londres, sobe 0,40%. O CAC 40 da França apresenta alta de 1,33%. O DAX alemão ganha 1,24%. O IBEX 35 da Espanha registra alta de 1,38% e o MIB italiano está em alta de 1,64%.

Na China, o minério de ferro subiu 0,18% para US$ 55,87.