Cotidiano

Dirigentes mineiros são presos por suposto envolvimento na morte de vice-ministro boliviano

LA PAZ ? Após uma audiência de sete horas, a justiça emitiu preventivamente a ordem de prisão de segurança máxima a seis principais líderes dos mineradores cooperados, entre eles seu presidente, Carlos Mamani. Os líderes da Federação Nacional de Cooperativas Mineiras (Fencomin) são acusados de ?assassinato, roubo agravado, organização criminosa e atentados contra membros de organismos de segurança do Estado?. Rodolfo Illanes, de 56 anos, foi espancado até à morte por mineiros que o tinham sequestrado em protesto na localidade de Panduro, a 180 quilômetros da capital, La Paz. Ele foi enterrado neste domingo.

O Ministério Público argumentou que existe risco de obstrução da Justiça, uma vez que os acusados poderiam ?alterar, destruir e esconder evidências?. O processo pode levar meses ou mesmo anos.

Até agora, os enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes deixaram quatro manifestantes mortos, três por bala e um por má manipulação de dinamite. Mais cedo, o governo boliviano condicionou o restabelecimento do diálogo com os mineiros cooperados ao esclarecimento das mortes.

? Enquanto não forem esclarecidas as mortes, como poderemos falar de diálogo? Primeiro devem ser esclarecidos todos estes fatos”, declarou o ministro do Interior, Carlos Romero, à rede de TV estatal. ? Se não for estabelecido quem foram os responsáveis, com quem vamos dialogar? Por aí, alguém se senta para dialogar com um criminoso.

Além de Carlos Mamani e seu advogado, Roberto Durán, foram presos os dirigentes Carlos Castro, Rene Cochi, Silvestre Flores e Julián Pinto. A maioria será levada a prisão de segurança máxima de Chonchocoro.

Na sexta-feira, o presidente boliviano, Evo Morales, considerou o assassínio ?imperdoável? e decretou três dias de luto nacional.