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Diretor de Associação Olímpica Britânica elogia Rio-2016

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RIO – Diretor-executivo da Associação Olímpica Britânica (BOA, na sigla em inglês), Bill Sweeney faz uma avaliação positiva da Rio-2016. Ele reconhece que houve um período difícil na preparação para a Olimpíada, mas que até agora o resultado ?é ótimo?. Sweeney apontou ainda o legado para a cidade em infraestrutura de transporte, citando o Corredor Transolímpico e o metrô. Diante de uma meta já alcançada de conquistar pelo menos 47 medalhas nesta edição da Olimpíada ? mesmo número de Pequim-2008 ?, o objetivo agora é se manter em segundo lugar no ranking de medalhas, atrás dos Estados Unidos e à frente da China. Nesta quarta-feira, Sweeney participou de debate na British House, no Parque Lage, sobre liderança e legado olímpico.

Como compara Londres-2012 e Rio-2106?

Vemos muita animação na torcida e muito orgulho em sediar os Jogos aqui no Rio como vimos em Londres. Antes da Olimpíada, houve muitas críticas aqui. Se voltarmos quatro anos, o mesmo ocorreu em Londres. Havia um escândalo no governo por causa de uma crise de mídia e alguma reclamação em infraestrutura e segurança em Londres. Talvez não tivéssemos tantas questões, mas a natureza da Olimpíada é essa, de muita especulação em torno dos problemas. Vocês passaram por um período muito difícil, mas o que se vê é um bom ambiente.

Após todas as críticas, o que acha da Olimpíada até agora?

O resultado até agora é ótimo. As pessoas estavam falando sobre a zika, mas não vi nenhum mosquito em quatro semanas. Vim oito vezes ao Brasil nos últimos dois anos no processo de preparação para a Olimpíada. A cidade do Rio começou a se beneficiar de muitas coisas. Existe o Corredor Transolímpico, uma estrada muito bonita, na qual se vai de Deodoro à Barra em 27 minutos, tem o metrô de Copacabana à Barra, o sistema de ônibus rápido (BRT). Há ganhos de mobilidade. A cidade tem 27 novos hotéis, o que vai ajudar a indústria do turismo. Os velejadores do Reino Unido também falam que a qualidade da água está melhorando, mas sabemos que a Baía de Guanabara é uma questão. Se juntar tudo isso, há muitas razões para o Rio estar orgulhoso de sediar os Jogos. Há muito legado positivo.

Qual a meta do Reino Unido para medalhas nesta Olimpíada?

Nossa meta era igualar nosso melhor desempenho, que foi de 47 medalhas em Pequim-2008. Em Londres-2012, tivemos 65 medalhas, mas fomos a sede. Historicamente, nenhum país conseguiu ter na história ter um número de medalhas melhor do que quando sediou os Jogos. Seria um sonho, mas muito difícil. Já conseguimos passar dessa meta de 47 medalhas (o Reino Unido tem 50 medalhas, sendo 19 de ouro). Nosso objetivo agora mudou, agora queremos manter o segundo lugar do ranking de medalhas.

O que explica o bom desempenho do Reino Unido nas Olimpíadas?

Tivemos um desempenho muito ruim em Atlanta-1996. E o país não estava preparado para aceitar isso. Desde então, aumentamos os investimentos e o apoio do governo. As coisas não acontecem da noite para o dia, o sucesso não vem de repente. É preciso ter paciência. Tivemos uma ótima performance quando sediamos os Jogos e agora mais uma vez. Na verdade, investimentos nos últimos quatro anos para a Rio-2016 que para Londres-2012. E vamos investir mais para Tóquio.

Qual é a dimensão dos investimentos?

Nos últimos quatro anos, foram investidos 350 milhões de libras (cerca de US$ 450 milhões), sendo 275 milhões de libras (US$ 360 milhões) para esportes olímpicos e 75 milhões de libras (US$ 97 milhões) para os paralímpicos. A maior parte desses recursos (75%) vem da National Lottery (loteria federal do Reino Unido) e o resto é orçamento do governo.