Cotidiano

Delator diz que prefeito tinha ciência de esquema

Convocado para depor, o ex-diretor de pavimentação da Secretaria de Obras, Aires Brito, manteve-se em silêncio

Foz do Iguaçu – A CPI da Câmara que investiga as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal e que culminaram com a Operação Pecúlio ganhou ontem mais um motivo para recomendar a instauração de uma Comissão Processante com vistas a encaminhar a possibilidade de cassação de Reni Pereira.

Convocado para depor, o ex-diretor de pavimentação da Secretaria de Obras, Aires Brito, manteve-se em silêncio, mas ratificou o que havia dito em seu acordo de delação premiada: que o prefeito tinha total conhecimento do esquema de corrupção que, segundo o MPF, levou a um desvio de perto de R$ 5 milhões em recursos federais destinados a obras do PAC e serviços do SUS.

“O senhor Aires prestou um depoimento judicial já, fez um termo de colaboração bastante delicado. Eu sugeri à Casa que esse termo fosse lido, o que foi feito, e ele ratificasse ou não o que declarou em juízo. Novas perguntas podem fazer com que ele sugira detalhes que não foram esclarecidos em juízo e esses novos detalhes podem fazer a Justiça entender que ele os omitiu e isso vir a prejudicá-lo”, esclareceu o advogado de defesa Fernando César Antunes.

“A delação premiada é suficiente para incriminar a quem nós estamos buscando. O depoimento que ele ratificou aqui é altamente esclarecedor, tem provas suficientes para que a gente apresente um relatório prévio agora no dia 5 [de julho] pedindo o afastamento do prefeito”, resumiu o presidente da CPI, vereador Dilto Vitorassi.

NOVOS DEPOIMENTOS

Nesta terça-feira a CPI Pecúlio volta a se reunir para tomar o depoimento de outro ex-diretor de pavimentação, Girnei de Azevedo, que deverá ser conduzido à Câmara pela Polícia Federal já está preso desde o último dia 22. Amanhã deverão ser ouvidos Jefferson dos Santos Becker e Sandro Hideo Saito e na quinta-feira, Melquizedeque Souza e Euclides de Moraes Barros Júnior.