Cascavel – Um caso chamou a atenção da equipe da Defesa Civil de Cascavel na segunda-feira (28) na região do Loteamento Riviera, região norte da cidade. Ao invés de aguardar a equipe para fazer a retirada de uma colmeia de abelhas, o morador ateou fogo no enxame, matando quase todos os insetos. Ocorre que atear fogo em abelhas é crime e, agora, o morador terá que responder pelo ato.
A lei nº 6905, no artigo 29, descreve que “Quem matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida” estará cometendo crime ambiental. A pena para extermínio é de 6 meses a um ano de detenção.
De acordo com Roberto Parra, gerente operacional da Defesa Civil, a unidade recebeu uma ligação da síndica do condomínio no domingo à tarde e, ontem (28) pela a manhã, foram ao local e constataram o caso. “O bom é sempre esperar pelo menos 24 horas porque elas migram de local e é sempre importante esperar elas se fixarem para depois retirar”, explicou Parra. O enxame estava preso em um portão, quando foram queimadas.
Segundo Parra, o morador foi identificado e alegou que não sabia que não podia atear fogo e que ficou com medo do enxame, mas por se tratar de crime ambiental, o caso será agora investigado pelo IAT (Instituto Água e Terra) e pela a Secretaria de Meio Ambiente. “Conseguimos ainda salvar cerca de 1,5 mil abelhas vivas e vamos tentar cuidar para elas se reproduzirem”. Logo depois desse caso o grupo atendeu também um caso de uma criança de 3 anos que foi picada dentro de um playground no Cmei Darci Borges, bairro Floresta, mas sem gravidade.
Serviço especializado
O gerente lembrou antigamente quando não existia o serviço de retirada das abelhas era comum as pessoas, ao invés de retirarem de forma correta, atearem fogo ou até mesmo jogar veneno. Porém, inclusive por se tratar de crime, não mais necessário esse tipo de intervenção, visto que existe uma equipe especializada para fazer o serviço.
Para se ter uma ideia, em 2021, a equipe da Defesa Civil de Cascavel fez, em média, de duas a três retiradas por dia e atualmente este número saltou para cinco ou seis. Independente do tamanho do enxame, é importante que as pessoas entrem em contato com a Defesa Civil.
O serviço é feito por três servidores do Município, que contam com o trabalho de apoio de cerca de oito apenados, cedidos pela 15ª Subdivisão Policial de Cascavel. Recentemente, a equipe recebeu uma caminhonete, doada pelo Corpo de Bombeiros, dentro do trabalho de ampliação da estrutura para atender as demandas encaminhadas pela população.
Parra salientou que quando a população identifica o problema é importante ligar para a Defesa Civil, em seguida manter a calma e a casa fechada, ficando longe do local. “As abelhas na maioria das vezes não atacam, fazem isso quando se sentem ameaçadas”, explicou. A criação de abelhas com ferrão dentro de Cascavel não pode ser feita e também é considerada crime ambiental.
A orientação é para que a população acione a Defesa Civil para que o procedimento aconteça de forma programada e segura. O telefone da Defesa Civil é o 199 e pode ser acionado das 8h às 18h. Após esse horário, a ligação deve ser feita para o 153, telefone da Central de Monitoramento do Município de Cascavel. Após a captura elas são levadas para o apiário da Defesa Civil, localizado a 60 km de distância do perímetro urbano.
Importância
As abelhas auxiliam na produção de cerca de 90% dos alimentos no mundo e são de extrema importância para agricultura mundial, pois são responsáveis por polinizar cerca de 70% das plantas agrícolas. Das 420 espécies de abelhas sem ferrão do mundo, 300 vivem no Brasil, e aproximadamente 38 no Paraná.
Crédito: Defesa Civil
