Cotidiano

Crítica: Combatividade na zona de conforto

RIO ? Tássia Reis é mulher, negra, rapper, de periferia. Sua música se coloca a partir desse lugar, que ela reafirma a cada rima (seja sobre violência policial ou relações amorosas). Um tipo de artista ? cujo núcleo está na representatividade, em carregar consigo vozes reprimidas da sociedade ? que é um fenômeno deste século.

Profundamente legítimo pelo viés social, como produto artístico o álbum é bastante agradável ? talvez demais para a proposta combativa. Há bons versos (?A revolução será crespa?), uma boa voz, uma produção moderna (com elementos de dub ou samba), mas falta radicalidade ? tanto sua agressividade como sua beleza se mantêm numa zona média de (muito) conforto.

Cotação: regular.