SEUL, Coreia do Sul – As mulheres coreanas escravizadas pelas forças armadas do Japão durante a Segunda Guerra Mundial e usadas como escravas sexuais receberão US$ 90 mil (R$ 289 mil) de uma fundação gerida pelo governo sul-coreano e financiada pelo governo japonês.
Quantas mulheres foram escravizadas pelos militares japoneses ainda é uma polêmica histórica. Muitos documentos do Ministério da Guerra do país foram destruídos no fim do conflito para que não houvessem provas de crimes de guerra como esses. Yoshiaki Yoshimi, o primeiro historiador japonês a tornar pública a discussão, afirma que a melhor estimativa possível é de entre 50 mil e 200 mil coreanas e chinesas escravizadas. Dessas, três quartos teriam morrido ainda durante a guerra.
A falta de desculpas pela escravização dessas mulheres é uma ferida aberta nas relações entre a Coreia do Sul e o Japão. Segundo Seul, 46 delas ainda estão vivas. As famílias de outras 199 exigem desculpas do governo japonês.
Em dezembro de 2015, a Coreia e o Japão chegaram a um acordo sobre a criação de uma fundação para indenizar as vítimas, tudo a ser pago pelo Japão. As ainda vivas receberão indenizações de US$ 90 mil. Para as famílias das que morreram e foram identificadas, US$ 18 mil (R$ 57,9 mil).
O acordo foi muito criticado na Coreia. Muitos dizem que o governo aceitou muito menos do que deveria na defesa das vítimas e que ainda não há um pedido de desculpas claro e absoluto.
Ainda assim, em troca do dinheiro, a Coreia do Sul promete não criticar mais o Japão sobre o assunto e tentar resolver a questão de uma estátua representando as vítimas e colocada a anos em frente a embaixada do país na capital Seul.