Cotidiano

Conselho aprova balanço do FI-FGTS com prejuízo de quase R$ 1 bilhão

dinheiro.jpgBRASÍLIA – O Conselho Curador do FGTS aprovou nesta terça-feira o balanço do FI-FGTS (fundo de infraestrutura, criado com recursos do Fundo dos trabalhadores) de 2015 com prejuízo de quase R$ 1 bilhão – pela primeira vez desde a sua criação. Diante da perda, provocada principalmente pela baixa de R$ 1,87 bilhão com calote nos investimentos na Sete Brasil (fornecedora de sondas para a Petrobras), citada na operação Lava Jato, os conselheiros se recusaram, no mês passado, a aprovar as contas do Fundo. Porém, informado pela consultoria jurídica do Ministério do Trabalho de que não poderiam se eximir da obrigação, o colegiado aprovou o relatório – que será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), na última hora. O prazo se encerra amanhã , 31 de agosto.

Durante a reunião, os conselheiros decidiram criar um grupo de trabalho com a missão de propor medidas para melhorar a governança do FI-FGTS – que por lei, precisa perseguir uma rentabilidade minima de 6%. Em 2015, houve uma perda de 3%. O grupo tem até o fim deste ano para sugerir as propostas. .

Nos anos anteriores, quando o FI-FGTS vinha obtendo resultados positivos, o Conselho Curador vinha aprovando o balanço sem maiores problemas. Além do prejuízo em 2015, também influenciaram os conselheiros as declarações do ex- vice presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, em delação premiada, de que houve pagamento de propinas na liberação de projetos do FI, pelo comitê de investimentos do qual Cleto fazia parte.

Na reunião, também foram aprovados novos nomes para o comitê de investimentos, indicados pelos Ministérios das Cidades e do Planejamento. O Comitê é formado por 12 membros.

De acordo com o balanço do FI, o patrimônio líquido do Fundo caiu de R$ 31,8 bilhões em 2014 para R$ 30,9 bilhões em 2015. Do montante total de investimentos de R$ 21,6 bilhões, R$ 4,118 bilhões estão em empresas envolvidas em investigação pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato.

Criado em 2007, no bojo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o FI tem a missão de investir em setores de infraestrutura (portos, rodovias, ferrovias, setor elétrico, hidrovias e saneamento). No período, foram investidos R$ 22 bilhões do lucro do FGTS nesses setores.