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Como era o mundo na última vez em que Cleveland comemorou um título

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A vitória do Cleveland Cavaliers sobre o Golden State Warriors encerrou um jejum de 52 anos sem que a cidade de Cleveland tivesse comemorado um título. A última conquista foi o troféu do time de futebol americano Cleveland Browns no Super Bowl de 1964. Desde então, Cleveland viveu uma seca sem fim com direito a algumas derrotas dramáticas do Browns e do próprio Cavaliers, vice-campeão da NBA em 2007 e em 2015.

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Naquele ano de 1964, o mundo era outro e vivia um momento bem diferente. Veja em alguns exemplos abaixo:

1) NÃO HAVIA INTERNET OU SMARTPHONES

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Quando o Cleveland Browns conquistou o título da NFL, a cidade comemorou. Afinal, o time da NFL voltava a ser campeão depois de nove anos. Mas demorou um pouquinho mais para o o resto do mundo saber. Afinal, ninguém acompanhou o jogo ao vivo, não havia Twitter para comentar ao vivo enquanto o jogo acontecia, não havia Facebook para publicar textão celebrando a conquista… Não havia Iphone, pois Steve Jobs tinha apenas nove anos de idade. Os jornalistas em outras partes do mundo tiveram que esperar vir aquele texto de agência e dar o resultado dois dias depois.

2) “TOM JONES” VENCEU O OSCAR

Tom Jones – filme de 1963

Um filme que pouca gente lembra foi o grande vencedor do Oscar daquele ano. A comédia “As aventuras de Tom Jones” superou adversários mais conhecidos hoje, como a “Cleópatra” estrelada por Elizabeth Taylor, e “A conquista do Oeste”, de John Ford, e conquistou a estatueta de melhor filme. Além de outros três troféus.

3) AMAVA OS BEATLES E OS STONES

Beatles – I want to hold your hand

Em 1964, os Beatles já eram um sucesso mundial. E naquele ano eles lançaram dois álbuns: “A Hard Day’s Night”, do hit “Can’t buy me love”, e “Beatles for sale”, onde tinha a canção “Eight days a week”. A banda, aliás, ocupava o topo da parada da Bilboard com os clássicos “I want to hold your hand” e “She loves you”. Já os Rolling Stones lançavam seus dois primeiros discos: “The Rolling Stones” e “12×5”.

4) MANDELA ERA CONDENADO

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Um dos líderes mais importantes do século XX, o sul-africano Nelson Mandela vivia um momento dramático de sua vida. Ele era condenado a prisão perpétua e transferido para a Ilha Robben, onde ficaria por quase três décadas até ser libertado.

5) GUERRA FRIA E UM MAPA DIFERENTE

O mundo vivia um período de Guerra Fria entre as potências dos Estados Unidos e da União Soviética. Sim, existia a União Soviética e não a gama de países que temos hoje no antigo território soviético. A Iugoslávia também não estava dividida nos seis países que temos hoje (Sérvia, Montenegro, Croácia, Bósnia, Macedônia e Eslovênia).

6) UM NOBEL PARA LUTHER KING

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O prêmio Nobel da Paz daquele ano seria dado ao ativista dos direitos humanos Martin Luther King. Na ocasião, ele foi o mais jovem vencedor da história do prêmio dado pelo seu trabalho na luta pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos. Outro a receber um Nobel, mas de literatura, foi o escritor francês Jean-Paul Sartre, que recusou a honraria por entender que “nenhum escritor pode ser transformado em instituição”.

7) A OLIMPÍADA CHEGA AO JAPÃO

Larysa Latnyna – Tóquio-1964

Se em 2016, as Olimpíadas chegam pela primeira vez na América do Sul, em 1964 os Jogos Olímpicos tinham a sua primeira edição na Ásia. Os Jogos de Tóquio, que voltará a receber a Olimpíada em 2020, foram realizados entre 10 e 24 de outubro daquele ano e contou com a participação de 93 nações. Os americanos tiveram 90 medalhas, sendo 36 de ouro. Logo atrás, vieram os soviéticos, com 96 medalhas, mas 30 de ouro. O Brasil ficou em 35º, com apenas uma medalha de bronze conquistada pelo basquete masculino. Naquele ano, a ginasta soviética Larisa Latynina conquistou quatro medalhas e encerrou sua carreira olímpica com 18, um recorde entre os atletas que permaneceu até o americano Michael Phelps chegar a 22 em Londres-2012.

8) E NO BRASIL?

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O futebol americano era um esporte estranho para os brasileiros, que não acompanhavam com a atenção de hoje. Logo, a vitória do Clevelando Browns não causou qualquer impacto. E mesmo o basquete americano não tinha repercussão por aqui. O país vivia o governo João Goulart até sofrer um dos seus golpes mais dramáticos, o golpe militar que implantaria uma ditadura por 21 anos. No futebol, o país era bicampeão do mundo com a geração de Pelé e Garrincha. O Santos de Pelé, aliás, seria o campeão da Taça Brasil, cuja conquista décadas depois seria reconhecida como título brasileiro.