Cotidiano

Comerciante investiga mais na hora de liberar crédito

Toledo – O endividamento do brasileiro – e o paranaense segue no topo da lista – sempre foi um assunto em pauta e de preocupação ao comércio. Com dívidas consideradas bilionárias, quando se viu chegar a um dos piores índices da história, com nove em cada dez paranaenses com parcelas em atraso, os lojistas resolveram enxergar o crédito com olhos mais críticos e endureceu as regras.

O crédito ficou mais escasso no mercado financeiro e virou uma espécie de artigo de luxo. Nessa toada, muitos lojistas resolveram investigar mais o perfil do cliente antes de liberar as compras a prazo.

Segundo o vice-presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná), o empresário de Toledo Claudenir Machado, o que se viu com os convênios para consultas prévias ao banco de dados como o do SPC foi uma mudança na forma como os comerciantes passaram a avaliar a vida financeira do consumidor. “Essa mudança ocorreu de uns quatro anos para cá, ou seja, com o início do acirramento da crise”, cita.

Antes, sete em cada dez consultas feitas ao sistema eram a chamada consulta básica, apenas para saber se o nome do cliente estava na lista dos maus pagadores do comércio. “Esse dado agora se inverteu. O comerciante paga um pouco mais, mas faz uma pesquisa detalhada sobre o consumidor. Se está no SPC, no Serasa, se tem cheque devolvido, participação em empresas ou protestos em cartório. Assim, fica mais criterioso e não concede crédito próprio para quem está na lista de um desses sistemas”, exemplifica.

Apesar de pagar um pouco mais por essa análise, o vice-presidente da Faciap trata essa mudança como um investimento: “Às vezes é preferível não vender do que vender e não receber”.

Segundo Claudenir, a consulta completa é feita em uma página na internet e leva o mesmo tempo que a consulta básica: “E é uma segurança a mais, principalmente em momentos de crise ou quando se está saindo dela, como ocorre agora”.

Dia das Mães: comércio aposta em recuperação

Depois de um cenário de muitos meses seguidos com mais demissão do que contratações e com a inadimplência ainda nas alturas, um fator positivo anima os lojistas. Daqui um mês, no dia 12 de maio, o varejo vai aproveitar para faturar mais com o seu “segundo Natal”.

O Dia das Mães já começa a movimentar as vitrines, as associações comerciais colocam suas campanhas promocionais das ruas e dentro das lojas a expectativa é um pouco mais positiva do que ano passado. “Ainda não temos uma estimativa de aumento das vendas em percentuais, mas acreditamos será melhor que ano passado”, afirma o vice-presidente da Faciap, Claudenir Machado.

A melhora lenta mas gradativa na economia promete render um Dia das Mães com um pouco mais do que apenas “lembrancinhas”. “Mesmo assim, será abaixo do que gostaríamos, mas acreditamos que, depois da crise, os paranaenses ficaram mais conscientes e criteriosos. Voltaram a consumir, mas não estão dispostos a encarar novos endividamentos”, declara, ao revelar que, dessa forma, o otimismo para o comércio fica só para o segundo semestre, quando se espera que o consumir esteja com as contas mais equilibradas mirando então para o fim de ano.