Política

Coluna Contraponto do dia 06 de junho de 2018

E quando vier a delação de Nelson Leal?

A delação de Maurício Fanini, implicando tão diretamente o ex-governador Beto Richa como beneficiário de esquemas de desvio de dinheiro público, cria expectativas igualmente sombrias quando for divulgada outra delação que parece conter elementos explosivos – a do ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) Nelson Leal Jr., atualmente preso na Polícia Federal em Brasília.

Pedágios

Leal foi alvejado pelo MPF (Ministério Público Federal) quando da deflagração da Operação Integração, que revelou suposto esquema de propinas pagas pela concessionária Econorte em troca de altas abusivas nas tarifas de pedágio que cobrava pela administração da BR-369, no norte do Paraná. Os termos da delação já estão em fase final de negociação e, de novo, devem produzir outros escombros na biografia do ex-governador.

O barbeiro…

O barbeiro que costuma fazer barba, cabelo e bigode de Jorge Atherino, conhecido como “Grego”, figura carimbada nas delações contra a família Richa – com quem tem sociedade em vários empreendimentos -, foi chamado há alguns dias para atender o empresário em casa.

…e o “Grego”

Por ter estranhado o chamado, o barbeiro foi informado que Grego não tem saído de casa. Está assustado com a possibilidade de ser preso a qualquer momento para prestar esclarecimentos sobre as várias denúncias que pesam contra ele, principalmente na Operação Quadro Nedro. Bem, se chamado a se explicar, o Grego poderia dar detalhes do inusitado esconderijo para dinheiro ilícito que construiu em casa: um falso armário dentro do box do banheiro.

Coisas no lugar I

A torcida que requianistas fazem para que Osmar Dias (PDT) feche uma “dobradinha” com o senador Roberto Requião (MDB) na disputa pelo governo do Estado e ao Senado fez parecer que uma festa de aniversário tivesse sido montada para a assinatura de um acordo formal de aliança entre os dois. No lugar do bolo de aniversário do deputado João Arruda, estaria um livro de ata para registrar o casamento. Só faltava o juiz de paz para oficializá-lo.

Coisas no lugar II

Em nota que postou em sua página no Facebook, no entanto, Osmar tratou de pôr as coisas no lugar. Ele repetiu o que tem dito em suas andanças: que está disposto a conversar com todos para discutir um novo projeto para o Paraná e que as alianças só serão formalizadas nas convenções, mês que vem.

Requião baixa adrenalina

O senador Roberto Requião (MDB) também reconhece que não há ainda aliança formalizada com Osmar Dias (PDT). Pelo Twitter, ele avisa que possibilidade de aliança existe, mas adverte que “precisamos, no entanto, chegar um plano de governo comum”. A aliança entre os dois foi noticiada como fato consumado durante festa de aniversário do deputado João Arruda, em que ambos, Osmar e Requião, estavam presentes e trocaram gentilezas, segunda-feira à noite. A união pode ser boa para ambas as partes. De um lado, Osmar ganha o que ele até agora não tem, que é estrutura capilar no interior do Estado e tempo de televisão, mercadorias preciosas que o MDB pode lhe garantir. Por sua vez, Requião, interessado na reeleição ao Senado, ganharia um “cabeça” de chapa forte em que amarrar a própria candidatura e fortalecer a chapa de candidatos a deputados estaduais e federais. Para Osmar, porém, Requião na sua chapa pode afugentar outros segmentos de opinião e até mesmo partidos com os quais negocia aproximação. Por exemplo, o PPS de Rubens Bueno pode abandonar o ensaio de adesão que já teria sinalizado se Osmar fechar com o desafeto Requião.