Cotidiano

Ciclovia: força da onda foi seis vezes maior do que estrutura suportaria

Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes reconheceu que houve falha de projeto da ciclovia.

RIO – A ciclovia Tim Maia, cuja parte da estrutura caiu no dia 21 de abril, na Avenida Niemeyer, em São Conrado, deveria suportar um impacto 12 vezes maior que o previsto, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) e pela Coppe/UFRJ. Segundo Domênico Accetta, do INPH, a força da onda de baixo para cima no momento do acidente atingiu 3,01 toneladas por metro quadrado, enquanto a estrutura que tombou suportava 0,55 toneladas por metro quadrado.

Com base em modelo matemático, para que a ciclovia possa funcionar com segurança nos próximos 100 anos, ela teria que aguentar uma pressão de onda de 4,46 toneladas por metro quadrado. Para ter uma segurança ainda maior, o Instituto sugere uma estrutura que aguente uma pressão de 6,6 toneladas por metro quadrado.

Após a apresentação do estudo, o prefeito Eduardo Paes reconheceu que houve falha de projeto da ciclovia, e disse que a estrutura será reconstruída. O trecho até o Vidigal continuará liberado. A partir deste ponto – que está sendo analisado por técnicos da prefeitura e pelo COnsórcio Contemat-Concrejato – a ciclovia será refeita, mas ainda não foi decidido de que forma.

O prefeito também anunciou que em 15 dias vai inaugurar o novo Elevado do Joá, mas, inicialmente, será inaugurado sem a ciclovia.

INDENIZAÇÕES

O procurador-geral do município, Fernando Dionísio, disse que um acordo já foi acertado com a família de uma das vitimas, o engenheiro Eduardo Marinho de Albuquerque. Ele, no entanto, não deu detalhes quanto aos valores. Em relação ao gari Ronaldo Severino da Silva, segunda vítima, o acordo depende ainda da intermediação Defensoria Pública. A prefeitura vai arcar com os custos sem necessidade de ação judicial. Depois, se for comprovado que o consórcio Contemat/Concrejato foi o responsável pelo acidente, a prefeitura será reembolsada.