Cotidiano

China renegocia empréstimos à Venezuela

LONDRES E PEQUIM – Diante de uma das maiores crises de sua história, a Venezuela tenta convencer a China, seu principal credor, a conceder um período de carência no qual ela pagaria apenas os juros sobre os financiamentos. Desde 2005, os chineses emprestaram US$ 65 bilhões ao país governado por Nicolás Maduro e já concordaram anteriormente com a prorrogação do prazo de pagamento das operações, garantidas pela venda de petróleo.

Segundo o jornal britânico “Financial Times, porém, os chineses têm se reunido com líderes da oposição para assegurar que, no caso de uma eventual saída de Maduro do cargo, os pagamentos sejam honrados. As reuniões marcam uma mudança na relação entre os dois países. Os chineses também estariam exigindo a aprovação da Assembleia Nacional, controlada pela oposição, para levar adiante as negociações quanto ao período de carência.

IMPACTO DE US$ 3 BILHÕES

A economia venezuelana enfrenta dificuldades com a queda no preço do petróleo nos últimos dois anos. Segundo a agência Reuters, caso um acordo seja fechado, a estatal petrolífera PDVSA receberia pagamentos em dinheiro por remessas de petróleo que atualmente são usadas para pagar o principal da dívida. De acordo com fontes, a mudança teria impacto positivo no fluxo de caixa da estatal neste ano de US$ 3 bilhões.

O banco de investimento BancTrust estima que uma reestruturação da dívida poderia liberar o equivalente a 650 mil barris de petróleo por dia, o que ajudaria o governo venezuelano a melhorar o abastecimento de bens de primeira necessidade.