CEUTA ? Cerca de 400 de migrantes da África subsaariana atravessaram à força a barreira que separa o Marrocos do enclave espanhol de Ceuta, na manhã desta sexta-feira. Os migrantes tentam alcançar o centro de permanência temporária (CETI), onde podem apresentar um pedido de asilo. Eles invadiram a cidade espanhola por meio de dois pontos do alambrado de seis metros de altura que cerca o local, segundo informou um porta-voz do governo em Ceuta. É a maior invasão à cidade em mais de dez anos. Links Imigrantes
Apesar de as autoridades não terem fornecido um balanço preciso, o ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, afirmou, em visita a Bruxelas, que 20% dos que entraram ainda não foram localizados. A Cruz Vermelha, por sua vez, disse ter atendido a 103 migrantes. Vinte e cinco deles foram encaminhados a hospitais com ferimentos de pequena gravidade. Segundo o governo, ao menos dois guardas civis também ficaram feridos.
?Temos que remontar ao início dos anos 2000?, disse o porta-voz da delegação do governo, que informou ainda que os migrantes foram levados para um centro de detenção à espera de serem legalizados no país.
Tanto Ceuta como o enclave espanhol de Melilla são usados por africanos como ponto de entrada para a Europa pelo Marrocos. Organizações de direitos humanos criticam o tratamento das autoridades espanholas aos migrantes.
Em novembro, a Anistia Internacional classificou estas cidades como territórios ?sem direitos para pessoas migrantes e refugiadas?. A organização denunciou casos de violência policial tanto no Marrocos quanto em Ceuta e a expulsão de possíveis solicitantes de asilo, assim como maus-tratos em centros de acolhida.