Cotidiano

Carta de aval reduz a taxa de juros em até 1% ao mês

Garantioeste, maior SGC do Brasil, facilita acesso a recursos a empresas de micro e pequeno portes de cidades de toda a região

Vera Cruz – Empresas que têm acesso às cartas de aval da Garantioeste, Sociedade de Garantia de Crédito do Oeste do Paraná, conseguem reduzir em até 1% ao mês o custo do dinheiro obtido junto a instituições financeiras que atuam na região. “Pode parecer pouco, mas não é. Essa é uma diferença substancial que aumenta e muito a competitividade desses negócios”, diz o presidente da SGC, o supermercadista Khaled Nakka, que é de Vera Cruz do Oeste.

Com a carta de aval em mãos, o empresário consegue taxa de 1,8% ao mês para capital de giro. Sem a garantia, o juro médio é de 3%. O supervisor administrativo da Garantioeste, Marco Rothe, que é de Toledo, faz um cálculo para demonstrar o tamanho da diferença, para o empreendedor, entre ter e não ter a carta de aval. Para um financiamento de R$ 45 mil a título de capital de giro, a economia no fim de um contrato de 36 meses chega a R$ 10,8 mil. “É uma diferença expressiva, de grande impacto principalmente no caixa de micros e pequenas empresas, o público preferencial da Garantioeste”, diz Marco.

O empréstimo de R$ 45 mil, segundo a taxa conseguida com a carta de aval, representará no fim de três anos valor de R$ 63,3 mil. Ou seja, os juros no período somam R$ 18,3 mil. Considerando o custo médio sem a apresentação do documento o valor final do empréstimo, em 36 meses, alcança os R$ 74,2 mil, com juros de R$ 29,2 mil, representando diferença de R$ 10,8 mil. As instituições parceiras da Sociedade de Garantia de Crédito na região são Fomento Paraná, Sicoob, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul), Sicredi e Caixa Econômica Federal.

R$ 42,6 milhões

Em atividade há seis anos, a Garantioeste já liberou R$ 42,6 milhões em cartas de aval. A SGC dá como garantia 80% do valor de contrato. Assim, o total financeiro liberado supera os R$ 53 milhões. O índice de inadimplência é de 3%, contra 10% do mercado. A liberação da carta de aval segue trâmite rigoroso. “Porém, não é burocrático muito menos demorado”, informa Marco Rothe. Em caso de não liberação em um primeiro momento, a empresa tem acesso a consultoria do Sebrae e recebe orientação de pontos que podem ser melhorados e, com as correções em curso, pode novamente fazer a solicitação da carta de aval.

Com a aprovação, o documento é então enviado a uma das instituições parceiras que libera recursos em três linhas -investimento, capital de giro e investimento misto (para capital de giro e investimento). Os valores de uma operação ficam entre R$ 5 mil e R$ 112,5 mil. O índice de sucesso nos pedidos de carta de aval é de 80%. A meta para 2016 está 65% cumprida. Já foram aprovadas e liberadas 376 operações – o objetivo para o ano é de 420. A soma de recursos alcança R$ 10,6 milhões e deverá ultrapassar os R$ 14,2 milhões no atual exercício.

Por meio da SGC, o empreendedor individual e o pequeno empresário têm facilidades no acesso ao crédito. Com isso, conseguem dinheiro para investir e ampliar o negócio, gerando empregos e desenvolvimento, diz Khaled Nakka. As SGCs existem há décadas em outros países e dão enorme contribuição ao crescimento de suas comunidades. “No Brasil, o projeto anda é recente, mas já promove transformações importantes”, afirma Khaled, presidente da maior garantidora de crédito em atividade no Brasil.

Foco no associativismo

A Garantioeste é o resultado de um projeto conjunto das associações comerciais de Toledo, Foz do Iguaçu e Cascavel, além do IDR-Oeste, Caciopar e Sebrae. As instituições deram contribuição técnica e financeira para que a SGC fosse criada e pudesse, por meio de uma metodologia inovadora, facilitar o acesso de empresas ao crédito, principalmente àquelas que não contam com garantias reais para conseguir recursos e crescer.