Cotidiano

Candidatos já tentaram por 26 vezes impedir circulação de jornais

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Por ao menos 33 vezes durante as eleições deste ano, candidatos e coligações entraram na Justiça para evitar a circulação de jornais impressos, fechar rádios ou suspender programações de veículos de comunicação. O levantamento foi feito por meio do projeto Ctrl+X, plataforma da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) que mapeia ações judiciais abertas contra a divulgação de informações.

Do total, 26 casos foram com relação à mídia impressa. São Paulo é o estado que concentra a maior parte dos casos analisados pela Abraji: foram 11 pedidos de recolhimento. Em seguida, estão os estados do Paraná e de Goiás, com seis e quatro, respectivamente. Santa Catarina é o quarto estado da lista, com dois pedidos, seguido de Rio de Janeiro, Alagoas e Mato Grosso, com apenas um caso registrado na análise da Abraji.

No município de Piracaia, no interior do estado, a coligação “Somos todos Piracaia” entrou com um pedido de liminar alegando que uma reportagem do “Jornal Piracaia Hoje” seria caluniosa contra o candidato da chapa, Júlio Badari (DEM). Na matéria, o periódico cita o envolvimento do candidato em situações de invasão de domicíolo, violação de caixa financeiro e ameaça. O pedido da coligação foi para a retirada de exemplares do jornais do mercado contemplando um período de 14 dias.

Em Cristalina (GO), um representante do candidato Daniel Sabino Vaz, o Daniel do Sindicato (PSB), afirma que o jornal Correio Cristalinense publicou matérias “caluniosas” que relacionavam o candidato a esquemas de corrupção envolvendo caixa 2 na Câmara Municipal da cidade.

Os casos de pedidos de fechamento de rádios somam sete em todo o país, a maior parte deles, na Bahia. O estado nordestino tem quatro registros. Em seguida, vêm Ceará, com dois, São Paulo e Piauí, cada um com uma ação judicial.

EXEMPLARES RECOLHIDOS NO RIO

Durante a madrugada desta terça-feira, um grupo de 30 pessoas invadiu um dos locais de distribuição do Jornal Extra, em Niterói, e levou exemplares do suplemento “Mais São Gonçalo”, que circularia com uma denúncia contra Aristeo Eduardo Teixeira da Silveira (PMDB), conhecido como Eduardo Gordo, ex-presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo e candidato a vereador nas eleições deste ano.