Cotidiano

BRQ: A nova solução

O sistema de ônibus de Cascavel que nem começou ainda a funcionar já mudou. O que era pra ser BRT (Bus Rapid Transit – Trânsito Rápido por Ônibus), virou BRQ (Bus Rapid Quality – Ônibus Rápido com Qualidade).

Segundo o presidente do IPC (Instituto de Planejamento de Cascavel), Cletírio Feistler, do jeito que está não tem como ser BRT. "São muitas estações, muitas paradas, a velocidade se perde nisso. O BRT prioriza só a velocidade, nesse novo sistema queremos qualidade, por isso o 'Q', é um sistema novo que vai funcionar em 90 dias".

Conforme o IPC, o sistema será de fácil uso, e muitas campanhas serão feitas. "Os passageiros serão orientados com o máximo de informações possíveis".

A assessoria das concessionárias que operam o transporte público em Cascavel, disse que as empresas estão à disposição para pensar soluções para operar o sistema. "Estamos com fórmulas e propostas alternativas e nós nos propomos para por o sistema em operação o quanto antes, nem que seja de forma experimental ou de projeto piloto."

Integração temporal

Uma novidade que pode chegar junto ao BRQ é o sistema de integração temporal do cartão ValeSim. "O passageiro pode desembarcar e embarcar em outro ônibus, mesmo que fora dos terminais fechados, nos pontos ou estações com uma única passagem em um período de tempo que vamos ainda estipular", diz o presidente do IPC.

 

Terminais na avenida

No Centro da cidade serão implantados os chamados terminais a céu aberto, em três pontos da Avenida Brasil. "Nesses locais terão ônibus chegando, por exemplo, do Terminal Sul, onde os passageiros dessa região terão a possibilidade de integração com a cidade inteira, graças ao cartão que vai funcionar com o sistema temporal",explica Cletírio Feistler.

Os terminais a céu aberto segundo o presidente da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), Alsir Pelissaro, ainda não são totalmente certos e não se sabe se precisará de mais investimento para esses componentes. "Não tem como saber se vai ou não ter custo ou só o uso das próprias estações, essa foi uma ideia do Cletírio para não precisarmos de ônibus com as cinco portas e facilitar a operação do BRQ".

 

Os ônibus

Uma das diferenças mais visíveis serão nos ônibus, que conforme Cletírio Feistler, devem ter uma mudança quanto ao número de portas antes pensado e a configuração, que hoje não prevê mais portas dos dois lados. "Os veículos serão como os que temos aqui, mas terão três portas no lado esquerdo, só desse lado, o lado direito não terá mais portas, não será necessário para os que vão operar nos corredores".

Alsir Pelissaro contou que os coletivos devem ter 13,2 metros. Para exemplificar, serão do tamanho dos veículos que operam a Linha Direta. "É um ônibus que comporta mais passageiros e o custo beneficio é maior em relação aos articulados, que faziam menos de um 1 km por litro e também hoje não temos demanda para esse tipo de veículo".

Ônibus maiores poderão ser usados também. "Estamos pensando em por pelo menos um de 15 metros, aqueles com três eixos, para ver como será a sua operação na cidade".

Ainda conforme a presidência da Cettrans, uma empresa especializada em transporte virá a Cascavel para definir o mais rápido possível e fechar essa configuração dos ônibus junto com o IPC para que as empresas possam comprar os veículos e coloca-los em operação. A expectativa é de que isso aconteça dentro de 90 dias.