Cotidiano

BNDES anuncia novas políticas operacionais

RIO – O BNDES anunciou hoje suas novas políticas operacionais. Entre as principais mudanças está o uso da Taxa TJLP, com juros de7,5% ao ano, apenas em projetos que tragam benefícios para a sociedade, como nas áreas de infraestrutura, saneamento, inovação e saúde, entre outros. As pequenas e médias empresas terão prioridade em se financiar através das taxas menores, via TJLP. Além disso, está a ampliação de prazos e a concessão mais rápida de crédito.

Em coletiva de imprensa, Maria Silvia Bastos, presidente do BNDES, disse que o banco tem dois olhares, um no curto prazo e outro no médio e longo prazos.

– Fizemos uma simplificação, uma convergência das linhas. Agora, são duas linhas, uma incentivada e outra padrão. Precisamos ter mais capilaridade. Por isso, estamos aumentando a classificação de porte das MPEs, que passou de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões. Mais 1.500 empresas passarão a ter acesso – disse.

No caso da Incentivada, as empresas poderão usar até 60% em TJLP. No caso do Padrão, haverá uma participação máxima de 80% a taxas de mercado. Assim, o projeto é analisado e classificado como “incentivado” ou “padrão”. Dessa forma, se antes um projeto tinha um projeto com uma participação máxima de 35% de TJLP agora pode chegar a 80%.

– Os recursos de TJLP serão destinados para infraestrutura, MPE, saúde e saneamento – destacou Maria Silvia. – Isso é o mais importante e mostra uma mudança no BNDES. O TJLP será alocado a projetos com impacto social, mobilidade, saneamento cujos retornos vão além do econômico,com impacto social.

Ela destacou ainda que haverá aumento do prazo de financiamento. Ela citou o Finame, que passará de cinco para dez anos. Maria Silvia destacou ainda que o prazo de concessão de crédito será mais rápido.

– Isso é importante porque não temos mais empréstimo de curto prazo. Por isso, estamos contratando uma consultoria para isso, para acelerar essa concessão – disse ela.

O Banco passará a aceitar recebíveis como garantias de empresas que não tenham garantias reais. Maria Silvia também anunciou a redução do limite de operações diretas, que caiu de R$ 20 milhões para R$ 10 milhões

– O BNDES sempre apoiou setores da economia. E estamos fazendo uma transição forte, Agora passará a focar no tipo do projeto e não no setor. E isso é um incentivo horizontal em todos os setores. Um projeto de inovação, por exemplo, seja em química ou serviços, terá o mesmo tratamento independente do setor. Atuar na economia de forma horizontal. Como teve a convergência das mídias, muitos setores estão convergindo, assim como a indústria e serviços, e o comércio eletrônico com o varejo. O mundo é convergente, e as fronteiras são cada vez mais difusas.

Maria Silvia disse que haverá agora uma espécie de quadro de “metas” que vai monitorar os resultados das empresas que tomam crédito.

– Vamos conseguir medir os impactos dos projetos que o Banco apoio e o resultados para a sociedade. Assim, o banco vai poder retroalimentar sua atuação. Vamos criar uma área para avaliar isso. Em projetos acima de R$ 1 bilhão com a contratação de uma avaliação externa.