Cotidiano

Asma é a doença crônica mais comum entre crianças

O Dia Mundial da Asma, comemorado no dia 1º de maio, é um alerta a essa doença que tem uma incidência crescente. O aumento é de 50% a cada década. Hoje, é estimado que a doença respiratória chega a atingir 300 milhões de pessoas no mundo. E no Brasil aproximadamente 20% das crianças convivem com a enfermidade, sendo que a asma é a doença crônica que mais acomete crianças.

A asma grave não controlada na infância pode afetar as atividades educacionais. Elas chegam a perder 18 dias de aula, enquanto as que têm a doença de forma controlada perdem 2 ou menos dias.

"As crianças apresentam mais infecções respiratórias virais, que são os agentes desencadeantes mais importantes de crises de asma nessa idade. No Brasil, 2 crianças em 10 têm asma, e aproximadamente 50% delas não consegue controlar a doença. A asma é uma doença crônica e não tem cura, mas com tratamento correto é possível que o paciente leve uma vida praticamente normal e sem limitações", afirma o pneumologista pediátrico Paulo Pitrez, médico do Hospital São Lucas da PUCRS.

O estudo internacional recentemente publicado Still Fighting for Breath ainda expõe as dificuldades da vida das pessoas que convivem com a asma não controlada. Ele revelou que para quase 90% dos entrevistados a sua condição impactava nas atividades do cotidiano. Para os brasileiros, 88% sentiam limitações nas atividades físicas por causa da doença e 66% deles experimentavam os sintomas mais de duas vezes por semana.

O Still Fighting for Breath ainda revelou como os pacientes brasileiros compreendem sua própria doença. Apesar de 63% sentir dificuldade para levantar de manhã, 28% acredita que está com a doença controlada.

Segundo os guidelines clínicos mundiais, a média de asmáticos controlados é de 6%. Além da participação do Brasil, a pesquisa ainda verificou a opinião dos asmáticos do Reino Unido, da Alemanha, da França, da Itália, do Canadá e do Japão.

A asma grave

A medicina não reconhece a cura da asma, mas o tratamento correto permite que o paciente não sinta diferenças em sua rotina. Os tratamentos atuais podem reduzir o número de exacerbações em 78%, o número de idas à sala de emergência em 88% e as taxas anuais de hospitalizações em 95% em pacientes com asma grave.

A maior parte dos casos de asma está associada a quadros alérgicos. Para os casos alérgicos graves, existe no Brasil um tratamento que age diretamente no anticorpo responsável pela reação alérgica. Para facilitar o entendimento sobre o controle da asma, a Gina (Global Iniciative for Asthma) 2017 sugere o preenchimento de um questionário simples e rápido. Caso haja alguma resposta positiva para alguma das perguntas é preciso procurar um médico, pois há sinais que a asma pode não estar controlada.