RIO – O diretor iraniano Asghar Farhadi, indicado ao Oscar de filme estrangeiro por “O apartamento”, disse ao jornal “The New York Times” que não irá à cerimônia mesmo se receber permissão para entrar nos EUA. Asghar Farhadi
O cineasta, que já venceu a estatueta por “A separação” (2011), foi uma das pessoas atingidas pelo decreto de Donald Trump que retringe a entrada nos EUA de cidadãos procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria, Sudão e Iêmen.
“Lamento anunciar que decidi não participar da cerimônia da Academia ao lado dos meus colegas da comunidade cinematográfica”, afirmou Farhadi. “A possibilidade de eu comparecer é acompanhado de ‘se’ e ‘mas’, algo que eu não aceitarei, mesmo se exceções forem dadas à minha viagem.”
A protagonista de “O apartamento”, a atriz Taraneh Alidoosti, já havia anunciado que boicotaria a cerimônia antes mesmo de a medida de Trump entrar em vigor.
“O banimento iraniano de Trump é racista. Estando meu filme dentro ou fora da premiação, não vou comparecer ao Oscar 2017”, tuitou Taraneh na última quinta-feira.
Neste sábado, a Academia se posicionou em relação ao caso. Em comunicado, chamou a decisão de Trump de “extremamente problemático”.
“A Academia celebra feitos na arte do audiovisual, que procura transcender barreiras e se comunicar com espectadores ao redor do mundo, independentemente de diferenças étnicas ou religiosas. Como defensores de realizadores, e de direitos humanos em geral, consideramos extremamente problemático que Asghar Farhadi (…) possa ser barrado”, afirmou o comunicado da instituição.
