Cotidiano

Após concurso suspenso, Cascá sugere contratação de médicos por fundações

Sem autorização, o concurso foi suspensa pela Secretaria de Saúde do Estado

Após concurso suspenso, Cascá sugere contratação de médicos por fundações

Cascavel – Mesmo com as divergências em relação à contratação de profissionais para o HU (Hospital Universitário), Paulo Sérgio Wolff, o Cascá, reitor da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), assegura que o atendimento médico não será interrompido a partir de agosto, prazo dado pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) para que sejam cancelados os contratos com 273 médicos, além de enfermeiros e técnicos contratados de maneira direta.

Após perder a ação movida pelo MPT para que os servidores terceirizados sejam extintos, a universidade abriu concurso público ano passado, suspenso na última sexta-feira, dois dias antes da realização das provas. O problema é que a Secretaria de Saúde do Estado não havia sido consultada nem comunicada sobre o certame, que acarretará em um gasto superior a R$ 37 milhões ao ano. Sem autorização, o certame foi impedido.

Estavam previstas 613 vagas de agentes universitários de nível médio e superior.

O reitor disse que a Unioeste tem autonomia na realização de concurso e houve um desencontro de informações pela nova gestão estadual, que não estaria habituada ao trâmite.

Diante do impasse, secretários e gestores do governo do Estado e da Unioeste estarão reunidos nos próximos 30 dias para encontrar uma solução.

O HU conta hoje com 240 leitos e a previsão é de que no próximo ano chegue a 320 com a criação de novas alas – Queimados e Materno-Infantil.

Entre as três possibilidades viáveis apresentadas por Cascá está a retomada do concurso até que exista entendimento no governo estadual, a construção de um novo hospital para atender a demanda nas regiões oeste e sudoeste ou a contratação de profissionais por meio de fundações, via CLT (Consolidação das Leis de Trabalho).

Conforme o reitor, a Funpar (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná) e a Funeas (Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná) são responsáveis por gerir os profissionais de três hospitais regionais paranaenses. O mesmo procedimento poderá ser implantado no HU. “A Funpar gerencia os recursos humanos do Hospital das Clínicas em Curitiba. Tem essa possibilidade de contratação, o que acarretaria em custos maiores e taxas administrativas com recursos humanos, via CLT. Estamos dispostos a avaliar todas as alternativas, que dependerão da viabilidade e da disponibilidade de recursos”.

Concurso

Se o concurso for retomado, os inscritos serão reconvocados para a prova que será remarcada. Mesmo assim, não haverá tempo suficiente para seleção e convocação dos aprovados antes o prazo final da Justiça. Nesse caso, a Unioeste tentará prorrogação do acordo. Para evitar que a população fique sem os procedimentos, se necessário, será paga a multa de R$ 50 mil estabelecida pela Justiça. “Tentaremos sensibilizar a Justiça, pois mostramos que estamos dispostos a regularizar a situação. Caso não seja acatado nosso pedido, nada impede que entre 20 e 30 dias paguemos a multa diária de R$ 50 mil”, diz o reitor.

 

Devolução

Os candidatos podem esperar novo posicionamento ou pedir o ressarcimento dos custos com inscrição, hospedagem e deslocamento – cada caso será avaliado pelo setor jurídico da Unioeste. Se mantida a realização do concurso, não haverá novo período de inscrição e aquele que decidir pelo cancelamento não poderá voltar atrás.

 

Reportagem: Josimar Bagatoli